Marcos de Araújo Oliveira

A HISTÓRIA ENCENADA: USOS E POTENCIALIDADES DO TEATRO NO ENSINO DE HISTÓRIA

Introdução

Diante dos novos debates que surgem acerca do ensino de História na rede básica, ampliam-se as perspectivas sobre um modelo de ensino que promova criticidade e consciência histórica, resultando na produção de um saber histórico escolar, pois como explica Paulo Freire (1996) “Ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar possibilidade para a sua produção ou a sua construção”.

 

Neste cenário, o uso do Teatro nas aulas de História traz diversas possibilidades pedagógicas, no qual os alunos podem encarnar figuras históricas e simular determinados contextos do passado. o que permite-nos apontar um novo olhar para a produção do saber histórico escolar resultando assim numa formulação mais crítica e consciente, principalmente quando se recorre ao método da História viva.

 

História viva ou História ao vivo conceito este defendido por Raquel da Assunção Bernardo Alves Coelho (2009) trata-se pois de um método didático para a difusão e aprendizagem da História, da cultura, da memória de determinada época num dado contexto, com recurso à expressão dramática. Tal recurso dramático ao ser abordado no Teatro escolar, produz um saber histórico escolar a partir da recriação histórica que serve como veículo para a aprendizagem da história na peça encenada.

 

Esse saber histórico escolar, conforme defende Maria Auxiliadora Schmidt e Tânia Braga Garcia (2003) só pode ser produzido a partir da investigação, reflexão, prática e tomada da consciência histórica, feita pelos alunos e mediada pelo professor. No Teatro, temos no ato da encenação do passado a construção de uma representação de determinadas figuras ou eventos. O conceito de representação, conforme explica Roger Chartier (1990) consiste na formulação de uma nova imagem substituindo assim as “ausências pela presença”, o que gera novos sentidos ao objeto representado.

 

Claudia Pereira Vasconcelos (2011) enfatiza que o teatro é uma arte milenar que proporciona através da representação um diálogo universal a partir da emersão de questões pertinentes a humanidade. A historiadora explica que o nosso papel como professor é importantíssimo no sentido de despertar o interesse e a análise crítica da História, fazendo-se necessário construir novas pontes de comunicação com os estudantes, utilizando o corpo, os sentidos como meio de aprendizagem.

 

O Teatro no ensino de História estimula o aluno a se inserir em diversos contextos históricos, de modo que educandos podem historicizar o fato histórico através da atuação e da reconstituição da memória, propiciando o saber escolar de uma História que é imaginada e reimaginada através das interpretações dos discursos históricos e adaptada em roteiros teatrais, expondo uma representação do passado que tece uma narrativa própria da História, incorporada de modo genuíno no espaço escolar.

 

Dos saberes explorados às representações: aprendizagens históricas por meio do Teatro escolar

 

Sabe-se que atualmente o ensino de História na rede básica enfrenta inúmeros desafios, já que muitas vezes as aulas de história são momentos de divagações superficiais, sem maiores problematizações. Nesse sentido Schmidt e Garcia (2003) expõem que que em muitos ambientes escolares não existe a incorporação da pesquisa, havendo um ocultamento do método da própria ciência.

 

Schmidt e Garcia (2003) explicam que através de um trabalho que busque articular os conhecimentos desses alunos com informações e dados coletados e também com o conhecimento histórico já estruturado, é que se é produzido um certo tipo de conhecimento histórico qualitativamente diferente, o saber histórico escolar, o que estimula a formação da consciência histórica dos alunos.

 

“A partir do seu presente e de sua experiência, alunos e professores se apropriam da História corno uma ferramenta com a qual podem romper, destruir e decifrar a linearidade histórica, fazendo com que ela perca o seu poder como fonte de orientação para o presente. Confrontando conteúdos encontrados nos livros e manuais com outros encontrados por eles em atividades de captação, alunos e professores podem adquirir procedimentos que fazem com que tomem consciência de que o sentido do passado não se encontra somente na perspectiva da continuidade, mas também e principalmente, da mudança”. (SCHIMDT, GARCIA, 2003, p. 237)

 

Sendo assim, ao se estudar História em sala de aula para a formulação de um saber histórico escolar, devem-se contrapor outras fontes e narrativas, possibilitando a produção de uma História mais crítica e reflexiva, que não procura se prender apenas a concepções cronológicas, mas a interpretações dos contextos históricos e a estrutura social e cultural do período abordado.

 

Conforme destaca Paulo Freire (1996) A construção ou a produção do conhecimento do objeto implica o exercício da curiosidade, sua capacidade crítica de “tomar distância” do objeto, de observá-lo, de delimitá-lo, de cindi-lo, de "cercar” o objeto ou fazer sua aproximação metódica, sua capacidade de comparar, de perguntar. Freire (1996, p.45) esclarece que “o exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser”.

 

Desse modo, essa curiosidade pode ser utilizada para a investigação de tópicos especiais da História seja brasileira ou universal e aplicados em novas metodologias em sala de aula. Maria Gondim Almeida (2016) explica que há algum tempo, novas correntes historiográficas, especialmente do campo da nova história cultural, muito têm contribuído para que os professores pensem conceitualmente a sua prática educativa, e tentam descobrir os fios, tecer a trama e traduzir o mundo a partir da cultura, o que culmina com a adoção do teatro no ensino de História.

 

“Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996, p. 1-2), a arte foi reconhecida como área de conhecimento no currículo escolar. Com a aplicação da referida lei, o teatro alcançou um espaço dentro das escolas como linguagem artística, sugerida pelos PCNs, a ser trabalhado na disciplina de Arte. Mas outras disciplinas, principalmente História, abraçaram a possibilidade do uso do teatro, tendo como perspectiva conteúdos relacionados aos processos históricos. Mesmo com pouquíssimo espaço para discussões, reflexões metodológicas e práticas criativas de ensino em sala de aula, não houve desistência por parte dos professores envolvidos, no sentido de avanço na discussão sobre o uso de linguagens artísticas no ensino de História, principalmente sobre o trabalho com o teatro”. (ALMEIDA, 2016, p. 61)

           

De acordo com Tiago Salvador (2016) elementos como o desenvolvimento da comunicação, da leitura dramática, da vivência dos personagens, da história contada e vivida pelos alunos, deixa aberta a possibilidade de um eficaz encontro entre os saberes e a aprendizagem, ou seja, entre o ensinar e o aprender. Desse modo, é preciso incentivar o aluno a também ser ativo na construção do seu conhecimento; não apenas decorando, mas compreendendo de forma critica os aspectos culturais, sociais e do imaginário do período encenado, havendo assim uma transposição didática do que é lido nos textos historiográficos para a encenação do Teatro

 

No ensino médio, por exemplo, fase no qual adolescentes estão formulando suas identidades, o trabalho com as artes cênicas possibilita uma atividade mais lúdica para esses estudantes, rompendo muitas vezes com o desânimo causado pela repetição da rotina escolar e falta de perspectiva em meio a tantas matérias e ao futuro após a escola, incerto em um mundo tão competitivo.

 

Portanto, o processo de produção do saber histórico escolar não se restringe apenas a investigação e reflexão, mas resulta também numa consciência histórica crítica, que se insere na própria narrativa do Teatro, cujo potencial para integrar os saberes dos alunos é muito válido. Afinal, os alunos ao realizarem uma encenação teatral também estão estudando e aprendendo, seja no processo de elaboração do roteiro, pesquisa dos figurinos, memorização das falas, nos improvisos próprios da dinâmica juvenil, e até mesmo na defesa de uma versão aos fatos que se almeja contar, pois ao se apontar uma nova versão, mesmo com as licenças ficcionais, se produz conhecimento, dando novas perspectivas ao objeto representado.

 

Segundo Chartier (2011, p. 218-19)

 

“A constatação que inscreve a história na classe das narrativas, qualquer que seja esta história, e que marca os parentescos fundamentais que unem todas as narrativas, de qualquer natureza que sejam, tem diversas consequências essenciais. Por um lado, permite considerar como uma questão mal feita trouxe o tema do debate que foi aberto pelo artigo célebre de Lawrence Stone sobre o retorno da narração em história: se toda história é dependente das figuras e formas de narrativas, como imaginar um retorno onde não existiu partida? [...] Por outro lado, o estudo que define a história como uma narrativa abriu uma via para as análises da “poética do saber” que se esforçam por marcar, de forma precisa e usando indicadores específicos, as diferenças na forma com a qual os historiadores manejam as figuras e formas que são também as da ficção”.

 

Vale destacar que o Teatro sempre carregou uma carga de didatismo muito popular entre os Gregos da antiguidade, e que ganhou novos contornos positivos embasados na prática da História viva, algo bastante abrangente em Portugal. Segundo Coelho (2009) a História ao Vivo, popularizou-se, durante o século XX como uma forma lúdica de se vivenciar a história, recebendo muitas vezes o nome de recriação histórica ou animação histórica.

 

Em Portugal, por exemplo, a história ao vivo ganhou força em feiras culturais nas quais pessoas encarnam personagens históricos com bastante rigor; consequentemente para a realização dessa prática, faz-se uma vasta pesquisa investigativa dos contextos históricos e aspectos sociais e culturais da temática encenada.

 

“A História Viva recorre ao trabalho de actores/animadores formados para o efeito obrigados ao estudo dos personagens que irão desempenhar, através do livro ou dossier que reúne toda a informação recolhida durante a fase de pesquisa, mas também assente num guião, em que não se definem falas rigorosas, pois não se trata de representar mas sim de improvisar encarnando personagens de uma época da forma mais natural possível. Assim, este guião menciona horários de tarefas; características das personagens, hábitos e a linguagem do tempo a retratar”. (COELHO,2009, p. 17)

           

Esta encenação se dá geralmente em algum espaço patrimonial importante historicamente e culturalmente de algum lugar ou região, contribuindo também para o turismo comercial, ainda que a História Viva preocupa-se com o que é ensinado ao público espectador da encenação e com o rigor na reconstituição histórica.

 

“Partindo do conceito inicial de História ao Vivo, que temos vindo a referir, foram surgindo naturalmente novas vias para a Recriação Histórica promovidas por museus, monumentos, escolas e autarquias que foram dando continuidade a este processo, criando-se várias vertentes do mesmo [...] Estes eventos servem a educação, valorizam o património local e servem o turismo cultural da região e do país. Bem estruturadas, estas acções promovem não só o ensino da História, mas também o da cidadania nela baseada e o respeito e conhecimento da tradição, a formação de pessoas inseridas num contexto cultural herdado mas dinâmico, passível de ser recriado sobre um conhecimento sólido e afectivo que nos empenhamos hoje, mais do que nunca, em valorizar” (COELHO, 2009, p. 73)

 

A arte teatral escolar ao integrar-se às vertentes da História Viva, torna-se ainda mais enriquecedora educacionalmente estimulando a encenação de personagens e enredos do passado, porém com menos rigor, devido a realidade escolar ter suas especificidades como custos ou tempo reduzido para ensaios. Porém o exercício das representações de determinadas figuras históricas pode ser adaptado na adoção de um modo mais possível, vivenciando a prática da História Viva no ambiente escolar.

 

Desse modo, ao se adotar a prática da História Viva, os alunos tornam-se atores de um processo de reconstituição histórica, pois incorporam na sua encenação características do período ao qual querem retratar, numa espécie de “ressurreição” do passado, um processo dinâmico e criativo dentro do espetáculo teatral.

 

Entretanto, é preciso frisar que ao se trabalhar a História por meio do teatro, nem sempre os alunos ou a escola disponibilizam dos recursos necessários para a confecção de cenários ou aluguéis de roupas que remetam fielmente ao período encenando, restando aos atores da peça recorreram a criatividade para tentar da melhor formar, encarnar seus personagens, valendo-se também da licença poética para a realização da encenação teatral.

 

(Re)Visitando o Passado: o Teatro como experiência educacional exitosa e transformadora

 

Sabemos que a História trabalha com a mudança no tempo, e a História Cultural assinala a reinvenção do passado, através das práticas e representações do mundo partilhadas pelos sujeitos históricos. Isso acaba tornando a encenação teatral, uma ferramenta vantajosa para novos aprendizados tanto ao público que assiste como para os atores da reconstituição histórica

 

Almeida (2017) defende que no ensino, o movimento presente/passado não deve ser engessado, linear e mecanicista, pelo contrário, pressupõe um vai e vem permanente, a autora defende também que o trabalho de ensinar História com o teatro possa favorecer a percepção de transformações, mudanças e permanências, relacionando sempre com vivências dos educandos. Para a historiadora, mesmo com as dificuldades no ambiente escolar, os professores tentam descobrir os fios, tecer a trama e traduzir o mundo a partir da cultura.

 

Neste caso, o que os estudantes conseguiram aprender nas suas rotinas de estudos sobre determinados contextos históricos, seja qualquer tema especifico, pode ganhar novos sentidos ao serem aplicados no Teatro, já que a história muito mais do que contada, é reimaginada pelos próprios estudantes, numa prática mais lúdica que adquire novas reformulações na experiência do não só pesquisar, mas fazer história.

 

De acordo com Vasconcellos (2011, p. 3-4)

 

“Ao longo do tempo as formas teatrais, gêneros e estilos foram se multiplicando, bem como os seus objetivos. No entanto, pelo menos, dois aspectos permaneceram singulares a todos eles: o conflito e a necessidade de representação da humanidade, ambos fundamentais para o pensamento histórico. O conflito é a essência da obra teatral, ele pode aparecer tanto como questão interna do personagem quanto como questão de uma coletividade ou mesmo do indivíduo em relação ao coletivo [...] É esse jogo dialético que leva o espectador/indivíduo a se envolver na trama e pensar soluções para transformar o que lhe angustia. Neste sentido, o teatro, enquanto forma de expressão das representações do indivíduo em sociedade, possibilitará olhar para o passado ou questionar o presente a partir daquilo que é posto em cena.

 

Nota-se, que ao visitarmos determinados fatos ou eventos por meio do Teatro, ampliamos os nossos horizontes de como entender o contexto abordado e muitas vezes criamos até novas interpretações para a História, algo muito possível por meio da encenação teatral tendo como modelo a História Viva. Após a realização da peça teatral com cunho histórico, os alunos podem ainda sentirem-se satisfeitos com o seu desempenho e com novos conhecimentos adquiridos por meio desta atividade.

 

“Desta forma, o trabalho com teatro na escola, assim como outras formas de expressão artística, é uma interessante alternativa na construção de uma nova filosofia para a educação. Utilizar-se do teatro como linguagem pedagógica é conduzir o aluno ao processo de autonomia na construção do conhecimento e principalmente, construí-lo de forma prazerosa, gerando interessantes situações de aprendizagem” (VASCONCELLOS, 2011, p. 4)

 

Por meio de uma peça teatral sobre a Idade Média, por exemplo, os estudantes conseguem compreender os impactos da guerra na vida da sociedade do período, no qual os nobres tinham o destino do reino nas suas ações; visualizarem o casamento entre nobres como algo distante aos contos de fadas, mas sim como uma forma da aliança política e ainda podem se aprofundar na vida da corte, reconstituindo a hierarquia social entre nobres e plebe, além de compreenderem a força do pensamento religioso dentro da estrutura social deste contexto histórico.

 

“Encontramos no teatro um dos caminhos mais adequados e prazerosos para o estudo e a pesquisa histórica, pois o trabalho com as representações sociais a partir da construção de cena ou do texto dramático possibilita uma aprendizagem significativa, exige do estudante um aprofundamento do conteúdo e da contextualização do que se está montando/encenando, além do trabalho com técnicas teatrais que envolve a turma e ao mesmo tempo desenvolve a oralidade, a integração de grupo, aguça a criatividade, desperta o gosto pelas artes, promove o acesso a produções artísticas de dentro e de fora do Brasil, bem como de diferentes épocas”. (VASCONCELLOS, 2011, p. 10)

 

Vale destacar que o teatro, além de propiciar a prática de se aprofundar ainda mais em estudos sobre a História dando sua própria interpretação aos eventos históricos, possibilita também com que se estreitem ainda mais os laços de afetividade entre o corpo estudantil, apesar das diferenças entre os mesmos. Percebe-se então, que o teatro escolar se compõe como uma atividade pedagógica muito mais prazerosa aos estudantes e até para o professor, que obtém na trama teatral, uma experiência educacional bastante significativa e benéfica.

 

Considerações finais

 

Podemos apontar que quando o trabalho histórico na sala de aula abre a possibilidade de investigação e formulação de representações para objetos/figuras ausentes, os alunos podem produzir discursos novos para a História. Neste sentido, o Teatro como possibilidade pedagógica para a aprendizagem de determinados temas, pode se tornar um paradigma que aprofunde esse saber histórico escolar em novas narrativas, isso pode ocorrer por meio do Teatro, que produz na animação ou reconstituição histórica, aprendizagens dinâmicas.

 

Esses saberes podem receber o olhar do professor para uma mediação que interaja com formas de se produzir o saber histórico escolar, podendo ser o Teatro um caminho possível a essa produção, levando-se em consideração os seus benefícios de pesquisa e aprendizagens históricas, conforme evidenciado pelos autores debatidos ao longo desse trabalho, demonstrando as vantagens didáticas na prática de encenação conhecida por História viva no ambiente escolar e a importância do saber histórico escolar que potencialize a autonomia dos estudantes.

 

Desse modo, na análise dessas (re)imaginações sobre a História, surgem novas reflexões sobre personagens e períodos históricos, bem como os principais aspectos do contexto representado no Teatro, o que impulsiona uma nova perspectiva de trabalho ao professor de História; este deve estar aberto ao novo e preocupado com a aprendizagem em sala, havendo também o protagonismo dos próprios estudantes que ao trabalharem com a reconstituição histórica, aprendem a historicizar eventos e criam na prática novas representações, possibilitadas pelo fazer história.

 

Referências biográficas

 

Marcos de Araújo Oliveira é graduado em Licenciatura plena em História pela UPE – Universidade de Pernambuco, no campus Petrolina (2016-2019). É Pós Graduando em Ensino de História pela FUNIP- Faculdade Única de Ipatinga.

 

Referências bibliográficas

 

ALMEIDA, Maria Helena Gondim. Ensino de História a partir do teatro: entre práticas e representações. In: Estudos Interdisciplinares em Humanidades e Letras. São Paulo: Blucher, 2016. p. 59 -72.

 

ALMEIDA, M. H. G. História, Teatro e Ensino de História: possibilidades metodológicas. 2017. 95f. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal de Goiás, Catalão – GO. 2017.

 

CHARTIER, Roger. Introdução. In:______, A História Cultural: Entre Práticas e Representações. Rio de Janeiro: Bertrand, 1990. p. 13-28.

 

CHARTIER, Roger. A verdade entre ficção e história. In: SARPA, Élio Cantalício et.al.

(org.). Narrativas da modernidade: história, memória e literatura. Uberlândia: EDUFU, 2011, p. 213-228.

 

COELHO, R. A. História viva: A recriação histórica como veículo de divulgação do património histórico e artístico nacional (1986-2009). 2009. Conceitos e práticas. Dissertação (Mestrado em Arte, Patrimônio e Restauro), 2009. 170f. Universidade de Lisboa: Lisboa, 2009.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

SALVADOR, Tiago. O teatro e as aulas de história: possibilidades de efetivação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 na educação básica. In: XVII Encontro Estadual de História – ANPUH-PB. Anais... v. 17, n. 1, 2016. p. 288-296.

 

SCHMIDT, M.A.; GARCIA, T.M.F.B. O Trabalho Histórico na sala de aula. História & Ensino, Londrina, v. 9, out.  2003. p. 219-238.

 

VASCONCELOS, Cláudia Pereira. O Teatro como linguagem e fonte no ensino de História. In: XXVI Simpósio Nacional de História. 2011. São Paulo. Anais... São Paulo: ANPUH, 2011. 11 p.

14 comentários:

  1. Parabéns, Marcos pelo trabalho.
    Sua proposta é muito interessante, a ideia de possibilitar aos estudantes a aproximação de um momento histórico por meio do teatro favorece significação do conteúdo escolar com as experiências do aluno. Eu gostaria de saber como contemplar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na abordagem da história viva em sala de aula?

    Ricardo Rocha Balani

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    1. Olá Ricardo
      Grato pelas considerações
      Acredito que o teatro muito tem a contribuir com as habilidades e competências dos alunos
      Tanto na questão de reflexão como da autonomia para a construção de conhecimento
      Além disso vários conteúdos de História podem ser abordados
      Desde a história local até chegar na Mundial.


      Marcos de Araújo Oliveira

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  2. Marcos, adorei teu texto! e da articulação com os autores! Já lecionei na educação básica, além da fala de infraestrutura e materiais, os alunos vão crescendo e abandoando prática educativas mais lúdicas! Como podemos mudar isso e incluir nossos alunos! Quais são suas experiências? OBGD

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    1. Olá Everton! Sabemos o quanto é difícil na escola principalmente com o cronograma escolar a ser cumpridos , testar novas metodologias.
      Entretanto, é preciso aproveitar os eventos que acontecem na instituição e até mesmo os trabalhos que valem nota durante o ano para poder pôr em prática a História Viva, buscando estabelecer novos aprendizados com os alunos.

      Eu por exemplo, já trabalhei o teatro várias vezes em eventos, tanto em peças com a Idade Média como plano de fundo ou até na semana da Consciência Negra, trabalhando a escravidão.


      Marcos de Araújo Oliveira

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  3. Rafaela Silva dos Santos26 de maio de 2021 às 21:53

    Parabéns pela pesquisa desenvolvida! Gostaria de saber como introduzir essa linguagem artística no ensino de história quando muitas escolas ainda impõem uma metodologia tradicional e limitada para os professores e consequentemente para os alunos? Quais ferramentas podem ser usadas para que ocorra o rompimento dessa tradicionalidade ainda persistente, sendo possível trabalhar o teatro como instrumento para despertar a consciência histórica dos estudantes.

    Rafaela Silva dos Santos.

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    1. Oi Rafaela!
      Sabemos que o ensino de História ainda enfrenta certo engessamento na rede básica , então as atividades do Teatro podem ser usadas como atividades avaliativas, no lugar de apresentações de cartazes ou resumos, pode-se pedir aos alunos que realizem uma encenação simples.
      Acreditamos que os alunos podem construir o conhecimento histórico ao se verem como protagonistas da formulação do conhecimento, investigando, refletindo e pesquisando, para tecer sua narrativa próprios na linguagem teatral.


      Marcos de Araújo Oliveira

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  4. Texto incrível, meus parabéns

    minha questão é o quão longe podemos chegar das afirmações do conhecimento sobre o passado sem que haja uma interferência entre o elemento ficcional e o campo da construção acadêmica de um aluno e sem que haja um limite dentro dessa possibilidade metodológica da história viva através do teatro, entre a liberdade artística, licença poética e historicidade dos fatos?

    Thiago da Cruz Félix

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    1. Olá Thiago, obrigado pela pergunta.

      Acredito que tanto a narrativa do Teatro como a Historiográfica/acadêmica se propõem a trabalhar com versões e elucidar assim testemunhos do passado, porém com linguagens diferentes.

      Os limites a serem superados entre o ficcional e o "real" sempre foram pautas que geraram incessantes debates dentro da graduação de História, pois na nossa formação como historiadores, aprendemos que nenhum discurso é neutro, e que a História pode ter várias funções, não só sociais, mas também políticas e culturais.
      Dessa forma, devemos trabalhar com os alunos a noção de que a produção do saber histórica não deve atender paixões pessoais ou se criar mocinhos ou vilões, ainda que a encenação requeira drama ou situações mais arrebatadoras. Visto isso, podemos intervir enquanto educadores, para que a versão e narrativa proposta pelos alunos, desperte uma consciência histórica e a reflexão de como certos enredos do passado podem servir para a produção de conhecimento no presente.

      ao trabalharmos uma peça sobre 2° guerra Mundial, por exemplo, não podemos nos eximir do debate acerca do genocídio de Judeus, ainda que a peça possa recorrer a caminhos que dialoguem emocionalmente com o público, os alunos devem se apegar ao contexto histórico da época para a construção dessa narrativa.

      acredito que dessa forma, o Teatro tenha um potencial pedagógico enriquecedor.

      Marcos de Araújo Oliveira

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    2. Grato pela resposta e meus parabéns novamente pelo esforço e trabalho incrível Marcos de Araújo Oliveira, essa é minha primeira vez na participação do simpósio e estou de fato encantado pela produção de conhecimento espero em breve trabalhar teatro dentro do curso de história e seu trabalho foi fundamental para o despertar desse método pedagógico incrível, espero muito usar seu trabalho como citação de algum trabalho acadêmico e me sentirei honrado em citar você e seu trabalho.

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  5. Olá Marcos, amei o texto.
    Será que conseguimos aplicar o método da História Viva com as crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, as aulas de história? Quais temáticas acredita que podemos trabalhar a ideia de representação com elas?

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    1. oi Andréa, adorei a sua pergunta pois sabemos o quanto a história nos anos inicias é importante.
      Eu acredito que as crianças podem recorrer a história viva principalmente para trabalharmos assuntos regionais, da cultura local, ou em escala ampla, do brasil.
      Assuntos como a colonização e as grandes navegações podem se tornar ainda mais prazerosas para esse público.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  6. Olá marcos, gostei muito do seu texto. São essas inovações que deixam as aulas menos engessadas, minha pergunta é se você utilizou essa abordagem em sala de aula? E se você percebeu maior vontade por parte dos alunos?

    Att, Janaina Mendes da Silva

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    1. Olá Janaína
      Obrigado pela pergunta

      Eu já trabalhei o teatro algumas vezes; já encarnei com alunos peças sobre a Idade Média e a escravidão no Brasil.
      Podemos aproveitar os eventos na escola para pôr essa prática em uso. O teatro é sempre um belo caminho pedagógico para aprender história.

      Marcos de Araújo Oliveira

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