Jaqueline de Barros Sales e Verônica Lima de Carvalho

O MODELO DE NARRATIVA HISTÓRICA DE JÖRN RÜSEN APLICADO NUMA EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA

 

O presente artigo tem como objetivo trazer as discussões tanto da teoria como da prática do ensino de História na sala de aula, como também o diagnóstico dos níveis de consciência histórica dos discentes. No que tange ao estudo da teoria, utilizaremos as abordagens do autor Jörn Rüsen (2011). Dessa forma, analisaremos as discussões acerca da narrativa histórica, que se constitui em três dimensões: memória, conceito de continuidade e identidade; possibilitando que a narrativa histórica oriente a vida prática no tempo. Aliado a isso, procuramos compreender os fundamentos narrativos do conhecimento histórico no que concerne às múltiplas representações historiográficas, no qual Rüsen faz uso da tipologia, isto é, o estudo dos tipos e das diferenças que formam os modelos narrativos. Os tipos de narrativas históricas são: tradicionais, exemplares, críticas e genéricas.

 

No cabível à prática do ensino de História, utilizaremos o resultado obtidos com a pesquisa de campo, realizado de modo quantitativo, a partir de questionários que aplicamos em duas instituições públicas do ensino básico brasileiro, no ano de 2016: Escola Municipal Severo Maria Eulálio e Unidade Escolar Joaquim Borges de Oliveira, localizadas na zona urbana da cidade de Santana do Piauí e referente ao Ensino Fundamental II e Ensino Médio, respectivamente. Utilizaremos essa experiência para que assim possamos compreender as dificuldades acerca do estudo da História, sobretudo no que tange a associação entre teoria e prática, enfatizando alguns dos problemas que surgem no caminho do processo de ensino-aprendizagem.

 

Para tanto, tomaremos como base uma breve introdução acerca das representações das mulheres muçulmanas no Brasil, tendo em vista seu universo religioso – o islamismo – buscando a partir da temática quantificar os níveis de consciência histórica dos alunos. O estudo dessa temática se faz pertinente como forma de aprofundar o conhecimento sobre os aspectos culturais-religiosos do islamismo, sobretudo no que cabe ao universo feminino, de maneira a diagnosticar os níveis de consciência histórica desenvolvidos pelos alunos participantes do estudo de caso, tendo em vista as narrativas históricas produzidas e problematizadas acerca do referido conhecimento histórico.

 

Ao relatar a questão da narrativa histórica, Rüsen afirma que a conceituação de tal temática seria para muitos historiadores de responsabilidade das áreas literária e filosófica. Porém, ele aborda a importância dessa questão para a História enfatizando o diálogo que há entre o conhecimento histórico e os campos da Filosofia e da Literatura que acaba por constituir, juntas, a narrativa histórica. Isto porque a narrativa é um processo de ‘poiesis’, ou seja, “de fazer ou produzir uma trama da experiência temporal tecida de acordo com a necessidade da orientação de si no curso do tempo” e “o produto deste processo narrativo, a trama capaz de tal orientação, é uma ‘história’” (RÜSEN, 2011, p. 95-96).

 

Na tentativa de explicar a peculiaridade da narrativa histórica, Rüsen a caracteriza por meio de três dimensões: memória, conceito de continuidade e identidade. No que diz respeito à narrativa histórica ligada a dimensão de memória, ressalta-se que é a partir do conhecimento sobre o passado, através dos arquivos existentes na memória, que podemos compreender o presente e formular expectativas para o futuro. Já o conceito de continuidade se refere a correlação que há entre passado, presente e futuro, que faz com quem a experiência do passado seja relevante para o tempo presente e influencie na constituição do futuro. No que cabe à questão da identidade, é a partir dela que podemos detectar se um conceito de continuidade é admissível ou não.

 

Porém, a partir dessa perspectiva voltada à narrativa, levanta-se o fato de que nem toda narrativa é histórica, existindo, dessa forma, as narrativas factuais e as ficcionais, e só a primeira diz respeito à narrativa histórica. Karl Marx trata dessas duas realidades, a dos fatos e das ficções, a partir da indagação: Como diferenciar o abstrato do concreto? Rüsen responde essa questão através do uso da tipologia, em que “a narrativa histórica tem a função geral de orientar a vida prática no tempo, mobilizando a memória da experiência temporal, por meio do desenvolvimento de um conceito de continuidade e pela estabilização da identidade” (RÜSEN, 2011, p. 98). Essa função se estabelece através de quatro tipos narrativos: as narrativas tradicionais, que apresentam a condição de afirmação; as narrativas exemplares, que apresentam a condição ligada à regularidade; as narrativas críticas que apresentam a condição de negação; e as narrativas genéticas que apresentam a condição de transformação.

 

As narrativas tradicionais interpõem as tradições como esfera precisa para que os seres humanos possam se encontrar enquanto sujeito, lembrando-nos das origens constituintes dos sistemas de vida do presente. Dessa forma, ela utiliza a memória como meio de legitimar a permanência dos modos de vida originalmente constituídos, a fim de afirmar determinados padrões culturais, atrelando ao tempo o sentido de eternidade.  As narrativas exemplares articulam-se às tradicionais, pois as tradições são múltiplas e heterogêneas, suas regras e princípios, por serem abstratos e gerais, abrangem diversas experiências no tempo. Assim, as narrativas exemplarem são responsáveis demonstrarem a aplicação e validação dessas regras e condutas a partir de casos específicos.

 

As narrativas críticas pautam-se na capacidade das pessoas de se negarem a aceitar as tradições, regras e princípios herdados. Desse modo, desvia-se das tradições através da problematização dos modos de vida presente na sociedade, alterando as ideias de continuidade e negando certos padrões de identidade dadas por elas, sendo um objeto de julgamento. A quarta e última, as narrativas genéticas, são responsáveis por fornecerem uma direção para a mudança temporal, que ainda está faltando nas narrativas críticas. Essas narrativas lembram-nos das transformações que levam de modos de vidas alheios para modos de vida mais apropriados, ou seja, elas apresentam um desenvolvimento de continuidade narrativo, no qual a alteração dos modos de vida é necessária para permanência da transformação. Desse modo, essas quatro narrativas forma um estágio de continuidade necessário para o desenvolvimento da consciência histórica, fazendo com que a análise do conhecimento histórico siga as dimensões supracitadas, isto é, seja relevante para o tempo presente e influencie na constituição do futuro, conforme sua relação com a memória e a identidade. 

 

Rüsen ressalta ainda que o trabalho do historiador não é prescrever a história, mas sim contribuir para que a estrutura da narrativa seja esclarecida, podendo debater acerca dos seus aspectos de racionalização e de argumentação. Isso porque a aprendizagem da história é um processo de desenvolvimento da consciência histórica, isto é, da atividade mental da memória histórica, representada a partir da interpretação da experiência do passado a fim de compreender as condições atuais da vida e desenvolver perspectivas de futuro acerca da vida prática.

 

Buscaremos agora enfatizar as questões acerca do universo feminino no islã, bem como as representações brasileira acerca desse universo, a partir de um diálogo temático, onde estabeleceremos a relação que há entre o discutido por Nícia Bonatti (2011), Alan Rodrigues e Camilo Vannuchi (2002), Sheikh Mohamad (1999), Ana Ester Freire (2015), Paula Ribeiro (2004), e Nádea Regina Gaspar, Luciara Gigante e Lilia Schütze (2011).

 

Começaremos abordando os escritos de Bonatti, no qual a autora define como seu objetivo a implantação de uma série de reflexões, a partir da obra “As lapidações no Irã” de Azadeh Kian-Thiébaut, sobre os efeitos das traduções de textos sagrados que implicam nas questões dos direitos ligados às mulheres islâmicas, evidenciando e desconstruindo as interpretações reducionistas e de cunho patriarcal existentes acerca das mulheres muçulmanas. Ao considerar o contexto patriarcal no qual esses livros estão inseridos, Bonatti ainda ressalta a “projeção cultural” proveniente das leituras que, por serem masculinizadas, as interpretações sobre o Alcorão – livro sagrado da religião islâmica – concebe as mulheres não como tal, e sim a partir do papel de mãe, esposa, filha e irmã. Assim, Bonatti assinala que há a necessidade de uma “literatura feminilizada” para que o texto não se apresente como reducionista, visto que o erro de tradução se dá ao passo em que quem o traduz insere na sua interpretação os seus valores. Esse ponto incluso nos escritos de Bonatti também está presente nas análises de Freire, já que a mesma procura estabelecer críticas feministas ao patriarcado e procura também estabelecer uma metodologia para o que ela chama de ‘Teologia Feminista’, objetivando, assim como Bonatti, evidenciar e desconstruir interpretações reducionistas e de cunho patriarcal, mas não só no que cabe ao universo feminino do islamismo, como também no concernente ao campo teológico acerca da mulher.

 

Diante disso, daremos enfoque às questões voltadas às mulheres muçulmanas segundo a visão masculinizada de um dos tradutores do Alcorão para português, Samir, entrevistado por Alan Rodrigues e Camilo Vannuchi. Samir, quando indagado sobre as questões de matrimônio, afirmou que na sua religião o divórcio é aceitável, o que sem dúvidas é um direito para ambos os gêneros. Ele também afirmou que o fato de um homem poder casar com até quatro mulheres não representa um ato de machismo, pois por Lei esse fato só pode ser concretizado com a autorização da primeira mulher; além do mais, o homem tem uma série de deveres para com sua (a) esposa (s), deveres esses que asseguram o bem-estar delas. Passando para questões sobre as mulheres na sociedade, ao ser indagado sobre as vestimentas, Samir afirma que no Alcorão não há regras com relação a ela, só se exige que haja o pudor e que o indivíduo, independente do gênero, se cubra; e quando indagado pelos jornalistas se até o pescoço, Samir ressalta que sim, por motivos morais. Já no que diz respeito às contribuições de Mohamad, em seus escritos ele ressalta questões de extrema importância acerca do universo feminino, tal como os métodos contraceptivos, que são aceitos na religião, exceto a esterilização, o aborto também é concebível, desde que seja feito até o quarto mês de gestação e com justificativas relevantes.

 

Com base nas afirmações de Samir e de Mohamad, percebemos que algumas interpretações e ideias pré-concebidas sobre os textos sagrados são equivocadas, assim como outras são patriarcais, uma vez que a sua interpretação às vezes sugere aspectos machista reducionistas, mas também não exime-se o cunho patriarcal, fruto do tempo e espaço de produção do Alcorão – século VII – e das leituras masculinizadas do referido documento. No mais, percebemos o quão há uma distorção entre costume e Lei, assim como a concepção do direito às mulheres, que na época consolidou-se como formas protecionistas, repassadas pelas nossas fontes de informações brasileiras.

 

Ao tratarmos dessas distorções, enfatizaremos os escritos de Ribeiro, que aborda acerca do poder discursivo a partir da tradição francesa, devido as influências de Marx e de outros autores. No presente momento só nos cabe ressaltar Marx e Roland Barthes. Isso porque Barthes – graças a postulação de Saussure, um dos fundadores do pensamento linguístico, das bases da linguagem como ciência e a criação do conceito de semiologia – é responsável por relacionar poder e discurso, segundo o conceito de denotação e conotação que dão origem ao mito, como podemos ver a seguir:

 

“Qualquer matéria significante (qualquer coisa na vida social revestida de significado) pode, segundo Barthes, ser tornar um mito: basta sobrepor ao seu sistema semiólogico prévio (denotativo) um segundo nível de significação (conotativo). A denotação basear-se-ia na objetividade conferida pela arbitrariedade da relação significante-significado, dada pela língua e independente das situações e dos sujeitos histórico-culturais. A conotação, por ser dependente desses fatores, levaria sempre a uma situação de deformação dos significados objetivos do primeiro nível, o que a tornaria o lugar por excelência de investimento de valores ideológicos” (RIBEIRO, 2004, p. 11).

 

O excerto elenca a facilidade em que surgem os mitos e a precisão com que a relação entre a denotação – sentido semiológico – e a conotação – sentido construído – possuem na atribuição de significado. Isto é, a facilidade que sem tem de deformar o significado de determinado fato concreto, inserido nos seus elementos concretos, que lhe conferem legitimidade, valores ideológicos, que produzem novos sentidos.

 

Diante disso, vale analisar as representações midiáticas acerca das mulheres muçulmanas. Gaspar et al., que pesquisavam sobre o atentado de terroristas às torres gêmeas nos Estados Unidos, tendo em vista as aberturas conferidas pela revista da Universidade Estadual de Maringá (UEM-PARANÁ), passaram a apresentar, para além das notícias voltadas ao atentado, o universo feminino muçulmano, principalmente através de imagens. As autoras pesquisaram, sobretudo, o uso do véu como símbolo de distinções entre mulheres, que até então julgavam-se iguais. Assim, através de imagens, com a diversidade das vestimentas e principalmente as distinções no uso do véu, as autoras evidenciaram que até a década de 90 a mídia passava a imagem de mulheres mães, submissas e desrespeitadas politicamente. Porém, após a década de 90 a mídia passa a representar imagem de mulheres que almejam se inserir na vida pública, mulheres revolucionárias, que usam maquiagens, adornos, mostram pequenas partes do corpo e se inserem na vida política. Com isso, percebemos o forte elo entre realidade e mito, proporcionadas pela relação entre poder e discurso, tendo em vistas os sentidos que procuram-se construir na sociedade.

 

Com base nessa breve introdução, buscou-se diagnosticar, no ano de 2016, o nível de consciência histórica dos alunos de duas redes de ensino do Piauí: Escola Municipal Severo Maria Eulálio e Unidade Escolar Joaquim Borges de Oliveira, localizadas na zona urbana da cidade de Santana do Piauí e referente ao Ensino Fundamental II e Ensino Médio, respectivamente. O diagnóstico foi realizado a partir de um questionário aplicado acerca das mulheres muçulmanas e suas representações nos textos sagrados e no Brasil. As respostas quantificadas mostram o quanto o senso comum e as distorções religiosas e midiáticas estão disseminada em nossa sociedade, tendo em vista que as respostas frequentemente afirmavam a submissão feminina ao homem com pré-conceitos reducionistas e ausentes de problematizações, tal como a obrigatoriedade do casamento arranjado, as vestimentas e ao modo como as mulheres têm que se comportar em público. Desse modo, foram recolhidos 30 questionários, onde diagnosticou-se que 60% dos alunos possuem a consciência histórica associada às narrativas tradicionais, 5% possuem a consciência histórica associada às narrativas exemplares, 12% possuem a consciência histórica associada às narrativas críticas, e 23% possuem uma consciência histórica que transitam entre as narrativas tradicionais e exemplares, não foi diagnosticado nenhum nível de consciência histórica associada às narrativas de cunho genético.

           

O propósito central deste artigo foi analisar e diagnosticar as dificuldades do ensino-aprendizagem de História no concernente ao desenvolvimento da consciência histórica dos alunos. Assim, procurou-se compreender e diagnosticar o processo em que deve-se adquirir competências da memória histórica por meio das narrativas da história. Assim, diagnosticou-se um baixo nível tipológico de consciência histórica, tendo em vista o ensino-aprendizagem construído em torno da temática.

 

Embora o universo islâmico, sobretudo no que tange à figura feminina, ainda seja um conhecimento histórico que demande mais abertura historiográfica e sua respectiva inserção no campo do ensino escolar, também pudemos identificar nessa breve introdução tecida que analisar as representações das mulheres no islamismo como um reflexo de inferioridade nas relações de gênero é também reduzir o papel das mulheres nessas sociedades Problematizar essas representações implica em compreender que o islamismo traz consigo marcas de uma pretensa superioridade masculina. Entretanto, não podemos silenciar os direitos femininos que são assegurados pela literatura corânica, precisamos visibilizá-los como reflexo de sua historicidade. A construção de direitos protecionistas às mulheres em organizações sociais em que o universo masculino dita as regras da convivência é uma característica de extrema significância e que, portanto, não deve ser reduzido somente a uma noção/explicação unilateral do patriarcalismo.

 

Referências biográficas

 

Jaqueline de Barros Sales. Licenciada em História pela Universidade Federal do Piauí (CSHNB-UFPI).

 

Verônica Lima de Carvalho. Mestranda em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí (CMPP-UFPI). 

 

Referências bibliográficas

 

BONATTI, N. A. Alcorão: uma questão de tradução e leitura. In. OCKRENT, C. (Org). Livro Negro da condição das mulheres. Tradução & Comunicação: Revista Brasileira de tradutores. Nº 22, Ano 2011. Disponível em: <http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/traducom/article/viewFile/1834/1741>. Acesso em: 23/08/2016.

 

FREIRE, A. E. P. Epistemologia feminista: contribuições para o estudo do fenômeno religioso. PARALELLUS: Revista de Estudos de Religião, v. 6, n. 13, 2015. Disponível em: <http://www.unicap.br/ojs/index.php/paralellus/article/view/647/607>. Acesso em: 25/08/2016.

 

GASPAR, N. R.; GIGANTE, L. C.; SCHÜTZER, L. C. Discurso, sujeito e mídia em Foucault: o véu na mulher muçulmana. Acta Scientiarum. Language and Culture. Maringá, v. 33, n. 2, p. 217-229, 2011. Disponível em: <periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciLangCult/article/viewFile/11180/11180>. Acesso em: 26/08/2016.

 

MOHAMAD, S. A. A Mulher no Isslam. Instituto Islâmico Hamza/ Académica Lda – Matota, v. 2, 1999. Disponível em: <https://d1.islamhouse.com/data/pt/ih_books/single/pt_woman_in_islam.pdf>. Acesso em: 24/08/2016.

 

RIBEIRO, P. G. Discurso e poder: a contribuição barthesiana para os estudos de linguagem. INTERCOM: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 27, n. 1, 2004. Disponível em: <http://www.unicap.br/gtpsmid/artigos/ana-p.pdf>. Acesso em: 26/08/2016.

 

RODRIGUES, A.; VANNUCHI, C. "A Lei é Rígida" - Entrevista com Samir El-Hayek, tradutor do Alcorão para o português. Revista de Estudos da Religião, n. 2, 2002, p. 136-148. Disponível em: <www.pucsp.br/rever/rv2_2002/p_rodvan.pdf>. 23/08/2016.

 

RÜSEN, J. Narrativa histórica: fundamentos, tipos, razão. In: Jörn Rüsen e o Ensino de História/ Organizadores: Maria auxiliadora Schimidr, Isabek Barca, Estevão de Rezende Martins – Curitiba: ED. UFPR, 2011. 93-108 p. tabs; 20 cm – (Série Pesquisa; n. 168).

7 comentários:

  1. Olá, Jaqueline e Verônica, ótimo texto!
    Gostaria de entender melhor a diferença entre dois dos tipos de narrativas históricas explicados por Rüsen, que são as tradicionais e exemplares.

    Ana Beatriz dos Santos Silva

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  2. Boa noite e obrigada, Ana Beatriz! As narrativas tradicionais consistem na utilização contemporânea das tradições impostas num determinado tempo, isto é, volta-se às origens herdadas pela sociedade como forma de legitimar estruturas e relações de poder na atualidade. As narrativas exemplares consistem nos casos históricos, isto é, nos exemplos, das experiências históricas que validam essas origens. Ou seja, a primeira é heterogênea, sendo abstrata e diversa, e a segunda serve para reduzir essa diversidade às especificidades a partir de casos, exemplos, e por isso está articula à primeira. Espero que tenha ajudado a esclarecer sua dúvida.

    Jaqueline de Barros Sales.

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  3. Olá gostaria de parabenizar a Verônica e Jaqueline pela escrita do texto. O texto de vcs trás uma reflexão muito importante cerca do pensamento de Rüsen relacionando-o com a prática da vivência escolar. Gostaria de saber, no entanto, como foi a receptividade dos alunos da escola acerca da temática. Ela foi bem aceita ou tiveram dificuldade em abordar essas questões para os alunos?

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá Gizeli, obrigada pela pergunta! Em relação a receptividade dos alunos, ela foi boa. Devido a abordagem que fizemos do assunto de uma forma didática, o conteúdo os chamou bastante atenção. Mas também pudemos perceber a presença de alguns estereótipos reducionistas a cerca do universo cosmológico mulçumano. Como por exemplo: a obrigatoriedade do uso do véu na religião (não é obrigatório, é uma decisão da mulher para com a sua fé).

      Verônica Lima de Carvalho

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  4. Olá Jaqueline e Verônica, parabéns pelo trabalho de vocês. Numa das partes da minha dissertação eu fiz este exercício de perceber as diferentes formas da consciência histórica a partir das escolhas narrativas de alunos.

    Já que vocês identificaram a não ocorrência da consciência histórica genética e um alto índice da consciência histórica tradicional, quais propostas vocês podem apresentar para mudar esta perspectiva?

    Vocês acreditam que um nível de consciência histórica é "melhor"/superior ao outro?

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  5. Olá. Excelentes perguntas! Quanto as propostas que podem ser apresentadas para mudar esta perspectiva, podemos citar o projeto de intervenção aplicado após o diagnóstico, fruto de um projeto de extensão entre a UFPI e as escolas, nele desenvolvemos uma Web Quest, que consiste na elaboração de um site didático a partir da ferramenta do Google Site, nela resolvemos dinamizar o assunto por meio de uma didática já bastante conhecida como entretenimento para os alunos, o game.

    No referente aos níveis de consciência histórica, consideramos a importância do processo de desenvolvimento dos quatro níveis, sobretudo no que tange às relações estabelecidas entre eles.

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