Gerson Luiz Buczenko

EDUCAÇÃO HISTÓRICA COMO FORMA DE RESISTÊNCIA AOS TEMPOS DE  DESCONTRUÇÃO DA HISTÓRIA

 

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar a Educação Histórica em seus principais conceitos e contribuições como forma de resistência aos tempos atuais de desconstrução da História no Brasil. Os objetivos específicos foram delineados da seguinte forma: conhecer a Educação Histórica com base nos ensinamentos de Cainelli e Schmidt (2011); avaliar a importância do conhecimento histórico como elemento de resistência à desconstrução da História que volta a ameaçar o cenário educacional nos tempos atuais. A metodologia se deu por meio de uma pesquisa bibliográfica, no acervo disponível na web e em anais de eventos com o foco no ensino de História.

 

Não é algo novo salientar que à medida que se avança em direção ao fim de um meio de produção, ou ao seu colapso, ocorram disputas por aqueles que desejam que tal forma de ser e de sobreviver, persista para as futuras gerações. Por outro lado, os defensores de outro formato social que aos poucos se constrói também passam a defender seus argumentos de forma mais acirrada e um dos campos de batalhas que se estabelece é a História e a forma como é ensinada.

 

O conceito de evolução histórica como resultado das lutas de classes nos mostrou, com efeito, que a educação é o processo mediante o qual as classes dominantes preparam na mentalidade e na conduta das crianças as condições fundamentais da sua própria existência. Pedir ao Estado que deixe de interferir na educação é o mesmo que pedir-lhe que proceda dessa forma em relação ao Exército, à Polícia e à Justiça. Os ideais pedagógicos não são criações artificiais que um pensador elabora em isolamento e que, depois, procura tornar realidade por acreditar que elas são justas. Formulações necessárias das classes que estão empenhadas na luta, esses ideais não são capazes de transformar a sociedade, a não ser depois que a classe que os inspirou tenha triunfado e subjugado as classes rivais (PONCE, p.165, 1981).

 

Não é por acaso que temos na História do Brasil, vários embates sobre o ensino da História como o que ocorreu recentemente em que a Disciplina de História, por algum tempo, deixou de existir no currículo escolar da Educação Básica, algo que após as devidas manifestações foi revisto. Porém, na última etapa da Educação Básica, o Ensino Médio, tal problema ainda persiste. Complementam ainda Neto e Mello em relação à nova Base Nacional Comum Curricular (2021, p.27) que a Disciplina de História foi

 

preservada no Ensino Fundamental como disciplina, ainda que numa versão controversa, no Ensino Médio a História padece de um rebaixamento epistemológico-curricular e tem uma presença algo fantasmagórica, abstrata e conceitual. São os novos tempos anunciados da superação da fragmentação disciplinar dos conteúdos. Tempos de flexibilidade exigem novos termos. Assim, reza o mantra do “novo”, supere-se a rígida fixidez cadavérica das disciplinas, adote-se a flexibilidade do termo componente curricular, que facilita a interdisciplinaridade e a invenção de formas de estudos ou práticas que envolvam conteúdos não convencionais. Apenas as disciplinas Língua Portuguesa e Matemática são referidas nominalmente, afinal algo precisa ser conservado nesse mar de novidades.

 

Concomitante a isso ocorreu uma retomada no Brasil, a partir de 2016, de um conservadorismo na esfera política que se refletiu no campo social e na educação, quadro que ficou mais complexo a partir de 2019, com a assunção do novo governo brasileiro.

 

Também não é novidade salientar que no Ensino Militar praticado nos Colégios Militares do Brasil, a única Disciplina que tem um livro previamente selecionado pela estrutura de Ensino Militar é a de História, assegurando assim, uma versão dos fatos históricos a serem abordados no formato que interessa aos militares. Corroborando com esse quadro, fato noticiado por vários meios jornalísticos no ano de 2019, ocorreu o impedimento aos Alunos dos Colégios Militares de participarem da Olimpíada de História.

 

A competição é coordenada pelo Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico. São várias etapas de prova, até a disputa final, programada para o segundo semestre, em Campinas. [...] O Estado de S. Paulo apurou que, entre os pontos que desagradaram militares estava o uso de palavrões em textos das questões. A proibição provocou indignação de estudantes. Eles ressaltaram que a medida destoa da conduta adotada nos colégios do sistema, que sempre foi o de incentivo à participação nesse tipo de competição (GAZETA DO POVO, 2021).

 

Nesse embate que ainda continua, vemos ressurgir os defensores de um regime ditatorial, como aquele vivido no Brasil entre os anos de 1964 e 1985, a valorização de nomes de pessoas envolvidas com perseguições e torturas, uma maior presença de Militares em cargos públicos, tentativas de repressão ao direito de livre manifestação do pensamento, negacionismo da ciência e um populismo manipulador da opinião pública por meio de redes sociais e notícias falsas, as chamadas “fake news”, incutindo, assim, uma desconstrução de vários fatos históricos que marcaram a História do Brasil e do mundo.

 

Observando esse quadro verifica-se, ou melhor, questiona-se sobre o que ocorreu com o processo educacional e o ensino de História, que de uma forma ou de outra, não possibilitou ainda o conhecimento histórico necessário para se perceber o momento histórico vivido, as manipulações e inverdades que pululam na mente da população de uma forma geral, por vezes, incauta e ainda sujeita a defender o pensamento totalitário ou mesmo a não percebê-lo dessa forma. Não está longe de afirmarmos que a precariedade com que vem sendo construído o processo educacional no país, ao logo dos anos, vem contribuindo sobremaneira para um aprendizado ineficiente e ainda, não crítico da realidade social. Essa precariedade se reflete: na formação docente, cada vez mais aligeirada; na pouca ou quase inexistente formação continuada que propicie um fortalecimento teórico-profissional do Professor; nos parcos salários ofertados aos Professores, chegando-se ao ponto de ocorrerem verdadeiros “leilões” de aulas por um preço de mercado; na proposital desvalorização da categoria profissional quando do embate com governos por reivindicações por melhores condições de trabalho e salariais; nas precárias condições do ambiente escolar em muitos lugares no Brasil, com estruturas precárias e sem acesso á internet; na política de exames e testagens que se impõe já na Educação Básica, com incentivos financeiros àqueles que obtém melhores resultados como é o caso do Estado de São Paulo, entre outros, impondo e fortalecendo a meritocracia em toda a estrutura da educação brasileira; no corte de verbas públicas para a Educação, principalmente no ensino superior, relegando Institutos Federais e Universidades públicas Estaduais e Federais há um segundo plano; no avanço sem precedentes da privatização da Educação em todos os níveis e modalidades com incentivos governamentais.

 

Assim, verifica-se que o modelo de educação imposto vai ao encontro de interesses maiores que, por vezes, não estão ao alcance do entendimento da maioria da população e também de muitos Professores, não se percebendo o processo de imposição de um modelo de sociedade em que as classes sociais subjugadas passam inclusive a defender esse sistema, criticando veementemente os que se opõem a essa realidade. O Ensino de História de forma crítica, significativa e contextualizada com a realidade vivenciada por crianças, jovens e adultos é um dos caminhos favoráveis ao esclarecimento desse embate social que ocorre em todos os momentos, contribuindo sobremaneira para isso a Educação Histórica.

 

Nesse sentido, o professor de história ajuda o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias para aprender a pensar historicamente, o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançando os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar ao aluno como captar e valorizar a diversidade das fontes e pontos de vista históricos, levando-o a reconstruir, por adução, o percurso da narrativa histórica. Ao professor cabe ensinar o aluno como levantar problemas, procurando transformar, em cada aula de história, temas e problemáticas em narrativas históricas (SCHMIDT; CAINELLI, 009, p. 34).

 

A forma de se perceber a História e seu ensino por meio da Educação Histórica, segundo Cainelli e Schmidt (2011), surgiu na Inglaterra em meados da década de 70 no século 20 e pressupõe uma reflexão sobre a natureza do conhecimento histórico, objetivando, principalmente, ressaltar quais os sentidos que os indivíduos atribuem à História. Assim, é uma área de investigação que possui um foco especial sobre as questões que remetem à cognição e metacognição histórica e seu fundamento principal, é a epistemologia da História. As pesquisas em Educação Histórica, por sua vez, possuem diversos estudos, destacando-se pesquisas sobre aprendizagem histórica, consciência histórica, ideias substantivas e ideias de segunda ordem em História, narrativas históricas entre outros.

 

Para Rüsen (2001) na perspectiva da Educação Histórica, o ponto inicial da ciência História, são os interesses que os homens têm de modo a poder viver e de orientar-se no fluxo do tempo, de assenhorar-se do passado, pelo conhecimento, no presente. Nesse sentido Schmidt (2011) assenta que “é no passado que reside à essencialidade da aprendizagem histórica, o passado como ponto de partida e de chegada, sempre a partir do presente”. Rüsen (2010, p. 44) acrescenta que o aprendizado histórico é parcial se houver um foco apenas no processo cognitivo, pois o mesmo também é influenciado por meio dos pontos de vista emocionais, estéticos, normativos e de interesse do aluno. 

 

Em relação à aprendizagem histórica ainda é importante salientar, segundo Schmidt e Cainelli (2009, p.66) um dos principais significados apontados para a aprendizagem histórica que “é transformar informação em conhecimentos, apropriando-se das ideias históricas de forma cada vez mais complexa, no sentido da construção de uma literacia histórica, ou seja, de seu próprio processo de alfabetização histórica significativa”. As autoras ainda argumentam que entre os pressupostos da aprendizagem histórica, se destaca em primeiro lugar que a “História é sempre uma interpretação”, ou seja, sugere que o ensino de História deve contribuir para a constituição de uma educação histórica, capacitando os alunos a terem relações cada vez mais complexas com as ideias históricas, constituindo-os, aos poucos, como produtores de conhecimento, no sentido de recriarem relações entre a História do presente e a História do passado.

 

Segundo Schmidt e Garcia (2005, p. 301) com suporte nas ideias de Rüsen (2006),

 

[...] a consciência histórica relaciona “ser” (identidade) e “dever” (ação) em uma narrativa significativa que toma os acontecimentos do passado com o objetivo de dar identidade aos sujeitos a partir de suas experiências individuais e coletivas e de tornar inteligível o seu presente, conferindo uma expectativa futura a essa atividade atual. Portanto, a consciência histórica tem uma “função prática” de dar identidade aos sujeitos e fornecer à realidade em que eles vivem uma dimensão temporal, uma orientação que pode guiar a ação, intencionalmente, por meio da mediação da memória histórica.

 

Segundo ainda Germinari, Gonçalves e Junior (2016) quando uma narrativa histórica é construída, os vestígios do passado que estão no presente podem ser utilizados para responder a uma dificuldade de orientação para a vida prática e, ao se voltar ao passado, o sujeito pretende resolver questões postas pelo seu presente, com o objetivo de projetar uma expectativa de futuro, compondo, assim, um momento de compreensão que conecta presente, passado e futuro, que pode lhe dar respostas necessárias para um entendimento histórico. Assim, é o

 

professor de História que mostra que o estudo do passado não é uma descrição ingênua, neutra e fria, mas um estudo crítico dos vestígios que as gerações anteriores deixaram. Estudo crítico só se faz em um ambiente aberto, às vezes contraditório, de profundo respeito pelo outro. Todavia, respeitar não significa ser um papel em branco, não ter opinião e não conversar ou escutar os estudantes. É, inclusive, contestar e ser contestado por eles (PEREIRA; FOGAZZI, 2021, p. 29)

 

Assim, com base na perspectiva de uma consciência histórica constituída pode-se presumir uma maior articulação entre presente, passado e uma visão sobre o futuro possível, consequentemente, uma forma de pensar que impacta na “vida prática”, possibilitando um maior senso crítico em relação à realidade vivida, garantindo posicionamentos mais efetivos diante de momentos como o atual no Brasil.

 

Dessa forma, a aprendizagem histórica que conduz a uma construção histórica por parte do indivíduo, pode constitui-se em um ato de resistência aos momentos obscuros já vividos pela humanidade e que, por vezes, são reavivados em momentos sócio históricos de ofuscamento do passado.  Por outro lado, ressalta-se a importância da ciência da História e seu ensino no currículo escolar, também como instrumento de esclarecimento dos caminhos tortuosos que a humanidade já percorreu seus sucessos e insucessos, garantidora de um caminho para a construção de uma consciência histórica para as futuras gerações.

 

Referências biográficas

 

Prof. Dr. Gerson Luiz Buczenko, Pós Doutorando em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Pedagogo, Historiador e Docente no Centro Universitário Internacional Uninter.

 

Referências bibliográficas

 

CAINELLI, Marlene; SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Percursos das pesquisas em educação histórica: Brasil e Portugal. In: CAINELLI, Marlene; SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Educação Histórica: teoria e pesquisa. Ijuí: Unijuí, 2011.

 

GAZETA DO POVO. Alunos de colégios militares são proibidos de participar de Olimpíada de História. Disponível em:

<https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/alunos-de-colegios-militares-sao-proibidos-de-participar-de-olimpiada-de-historia/>. Acesso em: 20 mar. 2021.

 

GERMINARI, Geyso Dongley; GONÇALVES, Rita de Cássia; JÚNIOR, César Augusto Simões. O ensino de História na perspectiva da literacia histórica: possibilidades para a Educação do Campo nos anos iniciais do Ensino Fundamental. In: SOUZA, Maria Antônia (Org.). Escolas públicas do/no campo: letramento, formação de professores e prática pedagógica. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná, 2016.

 

NETO, Antonio Simplicio de Almeida; MELLO, Paulo Eduardo Dias de.  De intelectuais ao precariado: para onde vão os professores e o ensino de história? In: ALMEIDA NETO, A. S. de; LOURENÇO, E.; CARVALHO, J. P. F. de (Orgs.). Ensino de história em tempos torpes: leituras e reflexões. Uberlândia: Navegando Publicações, 2020.

 

PEREIRA, Nilton Mullet; FOGAZZI, Simone Vacaro. Perseguir, vigiar, desconfiar de professores é um ato de barbárie, defende docente da UFRGS. In: Pereira, Nilton Mullet. Escritos, imagens e insistências: aulas de História no tempo. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2021.

 

PONCE, Aníbal. Educação e luta de classes. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1981.

 

RÜSEN, Jörn. Razão histórica. Teoria da História: os fundamentos da ciência da História. Brasília: UnB, 2001. 

 

RÜSEN, Jörn. Historiografia comparativa intercultural. In: MALERBA, J. A história escrita: teoria e história da historiografia. São Paulo: Contexto, 2006. p. 115-137.

 

RÜSEN, Jörn.  Aprendizado histórico. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão Rezende. Jörn Rüsen e o ensino de História. Curitiba: UFPR, 2010.

 

SCHMIDT, M. A. M.; GARCIA, T. M. F. B. A formação da consciência histórica dos alunos e professores e o cotidiano em aulas de história. Cad. Cedes, Campinas, v. 25, n. 67, p. 297-308, set./dez. 2005

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. O significado do passado na aprendizagem e na formação da consciência histórica de jovens alunos. In: CAINELLI, Marlene;

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Educação Histórica: teoria e pesquisa. Ijuí: Unijuí, 2011.

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2009.

 

9 comentários:

  1. O Gerson! Parabéns pelo texto, muito bem fundamentado teoricamente. Sou do Paraná e sinto muita dificuldade dos professores em assimilar e adotar a perspectiva da educação histórica, que é tão importante para o ensino de história. Minha questão vai no sentido de que conceitos desta perspectiva são mais importantes e que os professores deveriam se apropriar para incorporar em suas práticas cotidianas de ensino?
    Altair Bonini

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    1. Olá Prof. Altair. Tudo bem. Agradeço pelos comentários e pela questão proposta. Entre os conceitos mais importantes dentro dessa perspectiva de Educação histórica a serem debatidos na escola/colégio, destacaria o próprio conceito de educação histórica uma vez que este se coloca, como o objetivo de entender as relações que os Professores e Alunos estabelecem com o conhecimento histórico, os conceitos e as categorias históricas. Essa imbricação com o conhecimento histórico proporciona um olhar diferenciado na abordagem da Ciência/Disciplina, condição em que o Aluno é partícipe do processo, ele pode se ver no processo histórico. E outro conceito que poderia destacar de pronto, dentre outros, é o de consciência histórica, que é talvez o nosso grande objetivo em sala de aula, fazer com que o Aluno compreenda as relações entre o passado e o presente e possa por si mesmo perspectivar um futuro. Porém, para tudo isso, há que se encontrar um ambiente favorável na instituição escolar, que proporcione espaço para o debate e a inovação em sala de aula, fugindo-se assim, da educação bancária. Muito Obrigado.

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  2. Caro Gerson: em seu texto le-se: Assim, verifica-se que o modelo de educação imposto vai ao encontro de interesses maiores que, por vezes, não estão ao alcance do entendimento da maioria da população e também de muitos Professores! Concordamos então! Pergunto: como vamos transformar o ensino aprendizagem de história? pois sabemos dos caminhos sa erem percorridos! Abcs

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    1. Olá Caro Prof. Everton. Tudo bem. Agradeço por sua intervenção e questão colocada. Creio que alguns progressos já estão acontecendo, com as novas gerações de Historiadores chegando ao ambiente escolar, com uma formação diferenciada, no sentido de caminhar para uma educação na qual a História tem um papel fundamental, fomentando a importância do conhecimento histórico para a vida prática do Aluno. Percebo também, com todos os ataques que vem sofrendo, a ciência da História sendo debatida e fortalecida, principalmente, no ambiente acadêmico por meio dos debates de abrangência nacional e internacional, onde instituições como o LAPEDUH, ANPUH,ABEH E ANPHLAC, entre outras, tem um papel fundamental. Há, porém inquietudes, como a formação em massa realizada pelas IES na modalidade EAD, além da desvalorização da profissão docente, que já é uma realidade na América Latina. O cenário, a meu ver, é de muita resistência e luta em defesa da História e da Educação. Muito Obrigado.

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  3. Bom dia, parabéns pelo trabalho. Percebi que essa produção aborda muitas questões interessantes. Meu questionamento está direcionados as fake news. Gostaria de saber, quais estratégias os professores podem estar utilizando para combater as informações falsas em torno do conhecimento envolvendo os fatos históricos? E qual a importância de debater esse assunto no ambiente escolar?

    Jordaci Dias Lopes de Lima

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    1. Olá Prof. Jordaci. Tudo bem. Agradeço pelo comentário e questão colocada. A meu ver, a fake news pode ser transformada em uma grande estratégia, para se investigar o acontecimento que deu origem a notícia que foi desvirtuada. E o Prof. de História pode estabelecer um método investigativo-histórico em conjunto com os Alunos, seja na graduação, seja na educação básica, para se aproximar da verdade dos fatos (fontes históricas), principalmente dos acontecimentos históricos que provocam tantas polêmicas na atualidade. Não é um trabalho fácil, pois, mesmo em instituições públicas podem haver barreiras "de opinião/ideológicas" conservadoras que impedirão uma atividade como esta, porém, creio ser um momento muito oportuno para se buscar a verdade. A História enquanto ciência tem um compromisso com a verdade. Muito Obrigado.

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  4. Eu gosto muito das abordagens da Educação Histórica, principalemnte pois são dimensões que articulam a realidade com a episteme. Sobre essa questão, pensando na fomração de professores, o que podemos fazer para mostrar que ainda vale a pena ensinar história.

    Abraços
    Arnaldo Martin Szlachta Junior

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    1. Olá Prof. Arnaldo. Tudo bem. Agradeço pelo comentário e indagação colocada. A meu ver, o cenário que ora estamos enfrentando, por si só, já é um grande motivador para se estudar mais ainda a História e defendê-la enquanto ciência a ser ensinada na Educação Básica. Não é um caminho fácil, pois esse mesmo cenário nos mostrou, o quanto se deixou de ser ensinado de História, principalmente, para os menos favorecidos em nosso país, que infelizmente ainda se sentem atraídos por um ideário totalitário e antidemocrático, com total ausência de consciência de classe. Temos também os desvirtuadores de plantão como a "Escola sem partido", "Mães do Agronegócio", entre outros, que até sabedores da verdade, defendem de forma tácita suas opiniões políticas e sociais, tóxicas para uma sociedade democrática e igualitária. Assim, defendo que ensinar História vale a pena, com paixão, mesmo que custe o emprego, como foi o meu caso, mas quando encontro Alunos, mesmo em redes sociais, há um reconhecimento do esforço realizado. E, em relação à formação de Professores, creio que o momento é muito complexo, porém, de todas as dificuldades podemos extrair ensinamentos, assim, trabalhar com Professores fomentando o debate e a importância da História para o nosso cotidiano e dos nossos Alunos, é um caminho necessário e talvez, uma missão que temos pela frente nos próximos anos, diante do cenário de destruição de direitos e da educação que estamos vivenciando. Creio que unir esforços, principalmente, entre a Universidade e a Escola/colégio é demonstrar força e agir em defesa da História e de seu ensino. Muito Obrigado.

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  5. Primeiramente, parabéns pelo ótimo texto e excelente reflexão, professor Gerson!
    Também percebo que estamos em um momento muito delicado e até perigoso na história recente do Brasil, onde retrocessos constantes estão acontecendo. Provavelmente, pouquíssimas outras vezes na história do Brasil o conhecimento histórico foi tão atacado e desacreditado, até por agentes do governo, questionando até os profissionais desta área.
    Concordo plenamente que precisamos da aprendizagem histórica e de criar uma consciência histórica, principalmente entre os jovens, se quisermos sair desse atoleiro e certificarmos que não teremos experiências semelhantes no futuro.
    Sendo assim, gostaria de perguntar, como as redes sociais podem contribuir na construção, em paralelo com as instituições de ensino, da aprendizagem histórica e da consciência histórica?
    Abraços!

    Oscar Martins Ribeiro dos Santos

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