Fernanda Andrade Silva e José Aparecido da Silva Rocha

POSSIBILIDADES DO USO DA MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA APRENDIZAGEM HISTÓRICA

 

Introdução

 

A partir da Escola dos Annales observou-se a introdução de recursos diversos como fonte do saber histórico e também como aparato do ensino de história. A interdisciplinaridade surgiu como possibilidade de expandir essas fontes através de diferentes linguagens, desapegando de antigas convicções, por exemplo, de que os documentos escritos eram os únicos senhores do conhecimento histórico. Dessa forma, tornou a abordagem da fonte histórica mais desenvolvida e próxima a realidade dos estudantes, ampliando capacidades que somente os textos escritos não aprimorariam. Assim, atualmente faz-se necessário a utilização de uma dimensão de recursos com diferentes linguagens, como sonoros, textuais e visuais, aperfeiçoando as competências sensoriais e criativas dos educandos. Logo, a música é uma linguagem de fácil aceitação pelos jovens, bem como de simples abordagem e compreensão.

 

Para a maioria das pessoas a música é uma expressão que denota entretenimento, lazer, bem-estar e outros sentimentos sensoriais. No entanto, a música significa também a construção de representações sociais, visto que é uma manifestação da capacidade humana criativa, perpassando os vários períodos da história política e cultural do país.

O Brasil é conhecido por suas belezas naturais, mas também por sua cultura diversificada, principalmente a música. Por muito tempo o país viveu dependente socialmente e economicamente de Portugal. Isto influenciou diretamente a cultura brasileira que sempre se diferenciou por agregar as diferentes etnias, crenças, classes sociais, além das diferenças regionais ocasionadas pela grande extensão do território, delineando a música brasileira no cenário mundial (DAVID, 2012). No campo político, as produções musicais brasileiras estiveram atreladas a manifestações ideológicas, ora como canções de protestos, ora enaltecendo as belezas do país: a flora, a fauna, seus rios e afins.

 

Circe Bittencourt (2009) afirma que a música tem se tornado assunto de interesse de diversas pesquisas, mas também como recurso didático para o ensino de história, tendo a música popular maior procura entre os professores no país. Conforme a autora relata, a música popular tem sido um mecanismo muito interessante e proveitoso quando se trata do estudo dos períodos históricos, bem como de assuntos relacionados à questão de gênero, diversidade, tolerância, e também sobre meio ambiente. Assim, é importante que o professor observe bem que música se adéqua melhor a situação a qual seus alunos estão inseridos. Sendo assim, o forró, o sertanejo e até o rap podem ser os ritmos mais apropriados pelos alunos por estarem mais próximos de sua vida prática (BITTENCOURT, 2009, p. 379).

 

Música e Ensino de História: Apontamentos teóricos

 

Embora a música seja atrativa aos jovens por estimular a criatividade e os seus sentidos, Bittencourt (2009) alerta que a música para ser objeto de investigação do ensino de história necessita que haja uma reflexão, é preciso “ouvir música e pensar a música” (Idem, p. 380). O processo de análise da música como investigação histórica iniciou-se a partir das décadas de 70 e 80 no Brasil, mas foi com os estudos de Hobsbawn sobre o jazz norte-americano e os estudos de Theodor Adorno que as pesquisas sobre a música popular brasileira cresceram. No Brasil temos pesquisadores importantes como Arnaldo Contier, Marcos Napolitano e Rita Morelli que se dedicaram aos estudos historiográficos da música, compreendendo a influência cultural nas produções musicais, juntamente aos diferentes períodos da história do Brasil.

 

Miriam Hermeto (2012) nos informa que o uso da música como recurso didático para o ensino de história não é uma inovação, mas reconhece as dificuldades ao fazer uso como aporte metodológico, haja vista que o presente momento vivenciado pelos jovens produz inúmeros acontecimentos de forma célere demais. Como dito anteriormente, a música é polissêmica, uma mesma canção pode produzir infinitos sentidos e por esse motivo é pertinente que o docente crie procedimentos para trabalhar a letra e sonoridade. Dessa forma, na atualidade observa-se a existência de diversas linguagens aliadas também às diferentes mídias, o que a autora chama de ‘multiletramento’. Nesse ‘multiletramento’ a linguagem musical faz parte da vida dos jovens alunos, principalmente através dos aplicativos de música ou de vídeos na internet, possibilitando e desenvolvendo sua Literacia Histórica.

 

Ao utilizar a música como aparato pedagógico o professor tem como base legal o Art. 26 da Lei 9.394/1996 que preconiza sobre a obrigatoriedade do ensino de música na educação básica. Entretanto, em 2016 esse artigo foi mais uma vez alterado pela Lei 13.278/2016 incluindo assim a interdisciplinaridade, afirma a seguir: “Art. 1º O § 6º do art. 26 da Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:  Art. 26 § 6º As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente curricular de que trata o § 2o deste artigo” (BRASIL, 2016).

 

De acordo com Selva Guimarães Fonseca (2012) a música se assemelha a História por possuir uma essência dinâmica, transformadora e como linguagem artística tem sua função social, assim como a História. Ainda sobre a disciplina, a autora declara que “história nãé algo abandonadoparadna beira de umestrada ou em uma estação inglória” (2012, p. 286). Assim, ao utilizar a música em sala de aula, o professor consegue cativar os alunos, aprimorando suas capacidades criativas a partir de temas abordados pelas canções. A música tem sido uma fonte histórica muito importante para a área do Ensino, bem como motivação de diversas pesquisas por integrar uma prática prazerosa para os alunos e a conexão dos conteúdos significativos à vida prática desses jovens.

 

Célia David (2012) afirma que a música é uma manifestação artística que está presente na vida dos seres humanos, ou seja, é uma construção social. Segundo a autora, a música e o homem se reconhecem no tempo e espaço, assim como o sentido da história. Em razão disso, cada sociedade, cada povo possui sua própria linguagem musical, representando mais uma fonte cujos documentos apresentam um hiato acerca de suas histórias. “Respeitando-se os diversos contextos e características específicas, a música guarda a propriedade intrínseca de veículo de comunicação e de relacionamento, o que lhe concede um referencial que, transcendendo a definição “de arte de se combinar os sons”, confere a esta combinação o sentido a ela naturalmente inerente de expressão e representação” (DAVID, 2012).

 

Destarte, Fonseca (2012 apud NAPOLITANO, 1987) compreende que a canção vai além de uma sonoridade, pois é uma arte integral que envolve em suas linhas poesia e aspectos sociais. Dessa forma, Fonseca (2012) ressalta que as músicas/canções não devem ser utilizadas de forma banal apenas para entreter os alunos. Deve ser empregada pelo professor com planejamento, pois são essencialmente fontes históricas que retratam uma época. Por conseguinte, é necessário primeiramente fazer a seleção das músicas/canções que serão trabalhadas de acordo com o conteúdo e as séries que serão executadas.

 

Para David (2012) a escola é um ambiente importante e favorável para o desenvolvimento do conhecimento histórico, pois é nela que o professor manuseando as diferentes linguagens incorpora o estudo dos conceitos e conteúdos de história, associados à vivência de todos. Assim, de acordo com a autora, o objetivo da linguagem musical aliada ao trabalho docente é aguçar o senso crítico do aluno, para que ele compreenda a sua realidade a partir da história, distinguindo mudanças, permanências e se reconheça como sujeito histórico, isto é, aprimore o que Rüsen (2006) chama de Consciência Histórica. Dessa forma, é necessária uma ação diferente do professor, iniciando pela maneira como a sala de aula é organizada, pois os alunos devem ser acomodados de forma que possam interagir entre eles e com o próprio docente, quer dizer, é recomendado um ambiente dinâmico, assim como a música e a história.

 

À vista disso, Marcos Napolitano (2002) em sua obra História & Música: história da música popular’ traz uma proposta interdisciplinar, a qual vincula a origem da música brasileira à disciplina de história, e a partir da música questionar temáticas sociais e culturais da história do Brasil. Dessa forma, segundo o autor, a música urbana no país teve seu prelúdio a partir do final do século XVIII e início do XIX, com a introdução de ritmos como a modinha e o Lundu (NAPOLITANO, 2002, p. 28).

 

De acordo com o musicólogo, até o século XVIII, a profissão de músico não era bem vista no Brasil, sendo atrelada a categoria de escravo quem a praticava. Ou seja, a música no país não era considerada um dom, mas sim uma atividade artesanal, sendo o trabalho árduo na área musical como as técnicas e interpretação instrumental realizado por negros e mestiços. Logo, Napolitano (2002) afirma que a música brasileira sempre foi uma combinação de ritmos desde o início, misturando perspectivas das diversas culturas que formaram a sociedade do Brasil. A música e a canção auxiliam a capacidade criativa, bem como também a reflexão acerca da história e sociedade. Napolitano (2002) afirma que existe uma diferenciação entre canção e música, sendo essa última mais ampla por reunir elementos de variadas linguagens e satisfazer um público mais numeroso.

 

Utilizar a canção como fonte em sala de aula possibilita a combinação da música em sua forma sonora e a palavra, seus versos e prosa. Desse modo, a união desses dois elementos contribui para o ensino de história em dois aspectos: como fonte histórica e, como David (2012) denomina, de centro gerador. Centro gerador está atrelado à metodologia aplicada pelo professor como forma de favorecer o entendimento de temas transversais, por exemplo, de maneira mais descontraída, porém produzindo reflexões e problematizações acerca dos conhecimentos históricos.  “Nesse processo, o desafio para o trabalho histórico está em orientar o percurso do raciocínio na direção presente-passado, no ir e vir, buscando a compreensão da realidade em uma dimensão histórica, pelo relacionamento e comparação entre tempos e espaços que extrapolem as explicações sustentadas apenas em um ou noutro tempo. As realidades distantes devem proporcionar a viagem de ida e de retorno à vida cotidiana, conectando realidades de diferentes maneiras – comparação, semelhanças, contrastes, sobrevivências, mudanças, resistências” (DAVID, 2012).

 

Para Napolitano (2002) a canção se tornou uma rica fonte para a pesquisa histórica e ensino de história, pois a música faz parte da vida e da cultura do povo brasileiro. De acordo com o autor, o professor de história pode enfrentar alguns desafios em manusear a música como recurso metodológico, em razão de ser uma linguagem polissêmica, evitando assim erros e a distorção do contexto histórico trabalhado (2002, p. 53). Assim, para o referido autor, a dupla natureza da canção oferece benefícios aos estudantes, pois a articulação do verbal com o sonoro possibilita um leque de sentidos a partir dos elementos musicais como timbre, vozes, altura, entre outros. Ademais, existe outro problema acerca da música popular brasileira para os estudos históricos, visto que as fontes musicais se encontram pouco conservadas, necessitando de local e organização específica para preservar esses acervos tão importantes para nossa história.

 

Posto isto, no ensino de História costuma-se examinar canção e música equivocadamente separada, sem refletir acerca do período em que as composições foram produzidas, quem são seus autores, qual vocabulário utilizado, bem como a contribuição de diferentes culturas, se houver, nessas obras. Assim, Bittencourt (2009) ressalta que é importante utilizar a música também para entender tradição e costumes de outros povos, como por exemplo, as sociedades indígenas. Os povos originários não costumam ouvir a música separada da dança, para eles a música é uma manifestação coletiva e com funções pré-determinadas. Dessa forma, para a historiadora, é importante que o professor viabilize também outros tipos de documentos, para que os discentes sejam capazes de compreender e interpretar a música em diferentes tempos e espaços (BITTENCOURT, 2009, p. 382).

 

Logo, Miriam Hermeto (2012) conclui que a música é um objeto de construção cultural, é uma manifestação humana e uma relevante ferramenta pedagógica capaz de representar narrativas históricas e realidades, conferindo significados aos diferentes contextos da história do Brasil. Assim, podemos certificar que a música, na maioria dos casos, é a única linguagem que mais se aproxima da vivência dos jovens alunos, por isso se torna um caminho viável para ambos na identificação de símbolos que representam a cultura e a sociedade a qual os discentes estão inseridos. Por esse motivo é importante salientar que a música não deve ser utilizada como um mero divertimento ou intermédio para que os alunos aprovem o professor, é preciso responsabilidade e reflexão ao fazer uso da música como mecanismo da construção do conhecimento histórico.

 

Considerações finais

Ademais, no processo do ensino de história na atualidade, a sala de aula não é mais o único campo da aprendizagem, podendo o conhecimento ser transmitido através de diversas formas e linguagens. As novas fontes de linguagens fomentam um ensino multidisciplinar e que, assim como o desenvolvimento da consciência histórica requer uma compreensão do passado a partir de experiências do presente. Por fim, a música se torna um aparato que aproxima os alunos aos conhecimentos históricos, pois utiliza uma linguagem acessível e lúdica a todos. Assim, Vinci de Moraes (2000) afirma que a canção e a música popular são consideradas fontes históricas abundantes para interpretar as culturas e compreender a história de diversas sociedades.

Portanto, a música para ser um recurso didático efetivo no Ensino de História, é necessária uma reflexão atenta e colaborativa acerca do objeto estudado. A análise da música pode ser acompanhada de estudo do vocabulário e isso possibilita ao professor identificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o que está sendo estudado e, dessa forma, determinar uma conexão com a vida real e concreta dos estudantes. O discente vai construindo seu conhecimento conforme faz a leitura, a reflexão, audição, e a confrontação entre tempos e espaços históricos, estabelecendo uma relação com a disciplina de História.

Referências biográficas

M.ª Fernanda Andrade Silva, professora de História Escola Municipal Governador Luiz Cavalcante (Lagoa da Canoa, AL).

José Aparecido da Silva Rocha, mestrando em História - UFS, professor de História Escola Estadual Nossa Senhora da Conceição (Craíbas, AL).

Referências bibliográficas

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos/ Circe Maria Fernandes Bittencourt. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2009.

BRASIL. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 20 de dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm., acesso em 22/02/2019.

_____. BNCC. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf., acesso em 22/02/2019.

 

DAVID, Célia Maria. Música e ensino de história: uma proposta. Revista Conteúdos e Didática da História. Departamento de Educação, Ciências Sociais e Política Internacional. São Paulo: UNESP/ Franca, 2014.

FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática do ensino de história: Experiências, reflexões e aprendizagem histórica. 13º edição ev e ampl. Campinas, SP: Papirus, 2012.

HERMETO, Miriam. Canção popular brasileira e ensino de história: palavras, sons e tantos sentidos. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2012.

MORAES, José Geraldo Vinci. História e música: canção popular e conhecimento histórico. In Revista Brasileira de História. São Paulo, UNESP, 2000.

NAPOLITANO, Marcos. História & Música. História cultural da música popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

RÜSEN, Jorn. Didática da histórica: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. Ponta Grossa, PR: Práxis Educativa, 2006.

 

17 comentários:

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  2. Fernanda e José,
    Bom dia!
    Parabéns pelo trabalho!
    Gostaria de saber se é possível estabelecer algumas considerações/diferenciações entre "música" e "canção" enquanto letra e sons? Como efetuar, por exemplo, uma abordagem de ensino de história através da utilização da música instrumental?
    Leandro Braz da Costa.

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    1. Boa noite, Leandro!
      Primeiramente agradeço sua atenção em ler nosso texto.
      Quanto à diferenciação entre música e canção, a partir dos autores que busquei para essa analise (e outros que não foram citados), a música está relacionada ao gênero musical, ou seja, normalmente em seu formato sonoro. Já a canção está atrelada a letra, de forma poética ou não, mas que o professor também pode utilizar em sala de aula. Com relação a música instrumental não tenho esse domínio sobre o assunto, porém em minha dissertação de mestrado trabalhei também com alguns cantos indígenas como recurso didático, de forma que os alunos possam ouvir e interpretar os sons a partir da sua sensibilização. Já quanto música instrumental em partituras, há uma dissertação do mestrado profissional em ensino de História que eu considero um trabalho excelente desenvolvido pela professora Franciele Cettolin, onde ela (professora de arte e história) trabalha as aulas de música vinculadas à história.
      Espero ter respondido a altura.

      Abraço!

      Fernanda

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  3. Professores Fernanda Andrade e José Aparecido, parabéns pelo texto!

    “[...] objetivo da linguagem musical aliada ao trabalho docente é aguçar o senso crítico do aluno, para que ele compreenda a sua realidade a partir da história, distinguindo mudanças, permanências e se reconheça como sujeito histórico [...] é importante salientar que a música não deve ser utilizada como um mero divertimento ou intermédio para que os alunos aprovem o professor, é preciso responsabilidade e reflexão ao fazer uso da música como mecanismo da construção do conhecimento histórico.”

    O uso de fontes em sala de aula e no caso, o uso da música, proporciona o desenvolvimento “crítico dos alunos”, desperta os seus interesses e curiosidades e assim, eles se sentem envolvidos nas aulas e aprendem de maneira dinâmica e inovadora, enfim, depois da reflexão que o vosso texto me proporcionou, pergunto: Como conseguir envolver os responsáveis pelo ensino-aprendizagem nas diferentes linguagens de ensino? Como poderíamos empolgar os professores a se valerem da música como algo inovador nas salas de aula?

    Obrigada!

    Celiana Maria da Silva.

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    1. Boa noite, Celiana!
      Obrigada por ter lido nosso texto!

      Então, despertar o interesse dos professores a utilizar novas abordagens nas aulas não é tarefa fácil, até porque estariamos tirando muitos colegas da sua zona de conforto. Há professores que se sentem muito a vontade em cantar e tocar instrumentos nas aulas, outros não se sentem a vontade sequer ouvindo uma música com os alunos. Por isso, acredito que inicialmente o professor deve fazer uma pesquisa acerca dos gêneros musicais que mais agradam aos alunos e mais agradam ao próprio professor também, pois se não houver essa conexão, a aula não fluirá tranquilamente.
      Feito isso, o (a) professor(a) começa com versos de músicas para fazer analise com os alunos em dupla ou em trio. Acredito que assim o (a) professor (a) vai pegando jeito e gostando dessa metodologia.

      Espero ter sanado sua dúvida. Mais uma vez agradeço a atenção.

      Abraço!

      Fernanda

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  4. Olá, caros colegas. Primeiramente deixo meus parabéns pelo trabalho riquíssimo. A utilização da música como metodologia é muito eficaz, digo por experiência própria.
    Sabemos que a Carga Horária da disciplina História na educação básica é bem reduzida, dificultando muitas vezes o uso de recursos que seriam muito mais produtivos se tivéssemos um tempo a mais para trabalhar com cada turma. Neste sentido, como provocar reflexão nos alunos a partir da música nas aulas de História, considerando esse tempo mínimo do componente curricular? E vocês elaboraram ou tem em mente uma sequência didática para trabalhar a música nas aulas de História?
    Desde já obrigada pela resposta!

    Maria Fabíola da Silva
    e-mail: mariafabioladasilva@yahoo.com.br

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    1. Boa noite, Fabíola!

      É verdade, infelizmente a carga horária da disciplina História é muito reduzida e ao longo do tempo parece que perdemos mais ainda. Conseguimos ter uma reflexão do alunos quando este consegue relacionar um conteúdo histórico com a sua realidade, como por exemplo, quando estamos estudando a Revolta da Vacina e eles percebem semelhanças com o que estamos vivenciando hoje em dia e a partir disso começa debate sobre as doenças, a falta de informação da população no início do século XX e a abundância de informação hoje em dia e as fakes news.
      Com relação a aplicação da música em um contexto histórico, já trabalhei a música Redemption Song, do Bob Marley para estudar o imperialismo na África e também a música A diferença, de Chimarruts para falar de preconceito, racismo, onde eles ouviram a música, debateram de forma expositiva a letra, depois cada aluno escreve uma mensagem com elogios para um colega da sala e após isso é feito um mural na sala com essas mensagens.

      Espero ter sanado sua dúvida.
      Abraço!

      Fernanda

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  5. Olá, colegas! Parabéns pelo texto. Gostaria que vocês esclarecessem quais aspetos diferenciam a música da canção.

    Kellyenne Silveira Souza

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    1. Boa noite, Kellyenne!

      Obrigada por ter lido o nosso texto!

      Então, a canção é uma composição musical em forma de texto, que pode ser em formato poético. A canção pode ser acompanhada de sonoridade ou não. Para ser canção não precisa necessariamente ter o som, diferente da música.
      Já a música digamos que seja a canção composta por melodia, ritmo, harmonia, ou seja, uma composição sonora.

      Espero ter respondido adequadamente.

      Abraço!

      Fernanda

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  6. Parabéns caros autores pelo belíssimo texto - escrito que agrega muito ao Ensino de História. Minha pergunta é a seguinte: Sabe-se que o funk "pesado" (aquele que faz apologia a nudez, sexo, drogas, etc) é um gênero musical (apesar de haver quem diga que não) bastante consumido pelos jovens nos dias de hoje, gostaria de saber o que pensam a respeito, é passível de se trabalhar em sala? que orientações, cuidados recomendam, dado o fato que tratasse de um produto cultural oriundo principalmente das classes subalternas (a favela).

    Élita Paloma Américo Magalhães

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    1. Boa noite, Élita!

      Obrigada por ter lido nosso texto! Ótimo questionamento você fez, pois realmente o funk é um gênero musical muito consumido hoje, inclusive meus alunos gostam bastante.
      Temos um problema com relação a determinadas letras de determinados funks porque sabemos que são inadequadas. Acredito que seja possível sim utilizar o funk nas aulas de história, esses com letras pesadas não, mas há muito funk em que o compositor retrata a vida difícil na periferia, racismo e discriminações e a partir disso dá pra se fazer uma reflexão em sala de aula.
      Cabe ao professor fazer aquele trabalho de pesquisador, ir em busca das fontes, escolhendo adequadamente as músicas e os compositores que sejam coerentes com a função da história.

      Espero ter respondido adequadamente.

      Abraço!

      Fernanda

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  7. Caros autores, parabéns pelo belo texto. Trabalham muito bem a questão do uso de tais fontes no ensino de história. Gostaria de saber como vcs interpretam o uso da música no ensino de história a partir de sua dupla natureza, isto é, seus aspectos polissêmico e dinamogênico. Pergunto isso tanto em relação à contextualização quanto ao próprio apelo corpóreo e emocional, não conceitual, dos alunos.
    Grato
    Heraldo Márcio Galvão Júnior

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  8. Olá, Fernanda Andrade. Belíssimo texto, principalmente por fazer essa interdisciplinaridade entre a música e a história. Em certo ponto do texto, é dito que, a música, assim, como história, tem um papel critico social. A minha questão com relação a metodologia é bastante especifica, pois, quando se trata de musica com mensagens sociais alguns gêneros como o Rock e o RAP tem maior destaque, como o professor de história, por exemplo, poderia se valer do Rock e RAP nacional para a explicar a história política do Brasil?

    Att: Quemuel Pontes

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    1. Boa noite, Quemuel!
      Grata pela sua leitura!

      Com relação ao Rock nacional, realmente é um gênero muito interessante para trabalhar determinados conteúdos, principalmente d História do Brasil. Acredito que o professor deve ser um pesquisador para encontrar a banda ou música adequada ao assunto. Dessa forma, costumo utilizar Legião Urbana, Titãs e inclusive Raul Seixas pra trabalhar temas políticos. O Rap se encaixa perfeitamente quando pretendemos fazer uma reflexão social, como Racionais, Gabriel, O pensador, entre outros. Em 2019 trabalhei uma música do Rael da Rima chamada Diferenças, fazendo uma reflexão sobre o preconceito racial e seu paralelo às questões sociais que as pessoas negras e pobres sofrem no país. Enfim, são gêneros que abrem margem pra uma infinidades de temas e formas diferenciadas de ensinar história.

      Espero ter respondido a altura.

      Abraço!

      Fernanda

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  9. Olá, Fernanda Andrade. Belíssimo texto, principalmente por fazer essa interdisciplinaridade entre a música e a história. Em certo ponto do texto, é dito que, a música, assim, como história, tem um papel critico social. A minha questão com relação a metodologia é bastante especifica, pois, quando se trata de musica com mensagens sociais alguns gêneros como o Rock e o RAP tem maior destaque, como o professor de história, por exemplo, poderia se valer do Rock e RAP nacional para a explicar a história política do Brasil?
    Quemuel Faustino Pontes

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