Eloara dos Santos Cotrim e Luana Carolina dos Santos

CONSTRUINDO AULAS DE HISTÓRIA A PARTIR DA INTERSECCIONALIDADE E DA DECOLONIALIDADE: EPISTEMICÍDIO, IDENTIDADE E HUMANIZAÇÃO

 

Introdução

 

Interseccionalidade: da construção afrocentrada à mercantilização acadêmica branca

 

Interseccionalidade assim como todos os conceitos, possuí contextos históricos e políticos próprios. Na última década, porém, este conceito disseminou-se na Academia e nas discussões sobre feminismos como um todo. Esta difusão chegou às mídias e popularizou-se em diferentes discursos. Por outro lado, ao invés desta ferramenta ter sido aprofundada, seu uso desmedido e desvinculado de sua matriz epistêmica gerou seu esvaziamento. Desta forma, críticas substanciais a utilização da interseccionalidade são ignoradas, bem como, estudos de mulheres negras que além de terem cunhado o termo, desenvolveram outras pesquisas ora expandindo-o, ora percebendo os limites de seu uso. Enquanto, que por outro lado, dentro de universidades e em grupos de feminismo branco passaram a tomar para si a interseccionalidade como discurso com o fim de torna-lo hegemônico.

 

A interseccionalidade como termo foi cunhada por Kimberle Crenshaw, uma jurista estadunidense em 1989. Crenshaw, por meio de uma metáfora de grandes avenidas, desenvolveu como eixos de desigualdade, ou marcadores sociais por vezes se entrecruzam de modo indissociado. Como, no que tange a raça, gênero, classe, etnia e heteropratiarcado (CRENSHAW, 1989). Cumpre destacar, porém, que antes do termo ser sistematizado pela jurista, a interseccionalidade já era vivenciada e politizada de outras maneiras por mulheres negras que não se viam amparadas no feminismo, que desconsiderava o fator raça. E por vezes, não se viam plenamente incluídas no movimento negro, já que a categoria gênero nem sempre era evidenciada.

 

No caso brasileiro, por exemplo, temos a intelectual Lélia Gonzalez (1983) e a historiadora Sueli Carneiro (2005). Que pensaram e estudaram as mulheres negras na América Latina, destacando principalmente o componente colonial que as atravessa. Bem como, a construção da subjetividade roubada de diversas maneiras no cotidiano e na história de indivíduos negros.

 

Desta forma, desde a década de 1980, de maneira mais sistêmica e acadêmica, intelectuais negras estadunidenses e brasileiras constroem por meio de metodologias e linguagens próprias estudos sobre a(s) mulher(es) negra(s) como sujeitos – além de diversos outros estudos, com destaque a saúde, educação, branquitude e relações de poder várias. Por isso, é crucial na leitura destes livros e artigos compreender o significado ancestral e político dos conceitos empreendidos. Akotirene (2019) destaca como a utilização de “encruzilhada”, por exemplo, não é aleatória e sim situada em uma epistemologia própria de sujeitos negros pós-diáspora.

 

A interseccionalidade, porém, além de ser adotado por intelectuais negras é um conceito por elas também criticado. Akotirene (2019) destaca autoras que enxergam neste mecanismo um limitante ao movimento político negro e aos estudos sobre a realidade plural da negritude. Por exemplo, Angela Davis (2018), apesar de ter estudos aprofundados sobre “mulheres, raça e classe” (2016; 2017) questiona o uso do conceito aqui em discussão, como reverberador do encarceramento de homens e mulheres negras. Visto que, engendrado dentro do Direito Canônico e por si só, branco e eurocêntrico, se utiliza do mesmo para criminalizar corpos negros. Cumpre destacar que Davis, se localiza dentro da luta abolicionista penal (AKOTIRENE, 2019).

 

Para, além disso, o conceito de interseccionalidade quando se disseminou pelas universidades, dado a realidade acadêmica brasileira majoritariamente branca, se esvaziou de sua relação intrínseca com a decolinidade. Pensar corpos negros e brancos em países colonizados carece de uma análise sobre o processo violento da colonização. E como a vida destas pessoas foi e continua a ser atravessada por este passado-presente. Além disso, esta ferramenta analítica foi criada nos Estados Unidos e incorporada pelo neoliberalismo. Por isso, desamarrar a interseccionalidade do imperialismo e das práticas mercantis neoliberais é tarefa importante do uso deste conceito.

 

Quando mulheres brancas, porém, se apropriam da interseccionalidade não realizam nenhum exercício crítico acerca deste conceito. Por vezes, reproduzem outras epistemologias sem o conhecimento prévio de sua construção e sem referenciar e reverenciar as intelectuais que engendraram tal mecanismo. Desta forma, a popularização do mesmo ao invés de aproximar e aprofundar realidades diversas e por vezes, difusas, se esvaziou de sua origem e propósitos políticos.

 

Hoje em dia, por exemplo, se apropriar da interseccionalidade como discurso acaba por ser um exercício de “carteirada”, seja em eventos acadêmicos, seja dentro de movimentos feministas. Já que, a maior parte de estudiosas brancas que se pretendem a desenvolver suas pesquisas por meio da interseccionalidade apenas abreviam um universo de significações, utilizações, possibilidades e limites do termo no uso normativo e universal do mesmo. Por isso, se faz necessário o uso consciente e crítico do conceito de interseccionalidade, levando em consideração o protagonismo intelectual de mulheres negras.

 

 

Interseccinalidade para além do entrecruzamento de opressões: pensando a identidade coletiva

 

Dadas as devidas introduções a respeito do conceito, suas origens, seus êxitos e suas limitações, trataremos agora a respeito de como a teoria se aplica, ou deveria se aplicar, na prática. Já que o ensino de História, assim como as outras disciplinas, deveriam promover a identificação do indivíduo. No caso da historiografia, o indivíduo deveria se identificar como um sujeito histórico a partir de uma perspectiva humanizada. Essa humanização se daria por meio da interseccionalidade. Esta daria conta de trabalhar as questões de gênero, raça, sexualidade, cisnormatividade tóxica, padrões estéticos que culminam em gordofobia e falta de acessibilidade para Pcds (Pessoas com Deficiências).

 

Como já foi colocado na introdução, o conceito de interseccionalidade foi aplicado e disseminado pelas universidades esvaziado de seus princípios decoloniais. Sendo assim, a decolonialidade se faz tão importante para as práticas de ensino quanto a interseccionalidade. Isso porque, ambas partem do propósito de que estudar a branquitude é tão importante quanto estudar negritude. Estudar o colonizador e suas estratégias para manutenção de poder é tão importante quanto estudar o colonizado e suas táticas de resistência (CERTEAU, 1998). Mas, partindo do princípio de interseccionalidade, é importante trazer estudos decoloniais para a sala de aula. Pois são eles que irão incluir, de maneira humanizada, o protagonismo negro na história. Assim, além das análises das violências que fizeram parte da colonização, as aulas trariam os métodos que a população negra afrodiaspórica utilizou para resistir, sobreviver e lutar pela liberdade de seu povo.

 

As Ciências Humanas, principalmente a Sociologia, transformaram a História em uma história de sucesso moral, num conto sobre como a virtude se amplia, sobre como os virtuosos vencem os malvados (WOLF, 2009). A história, junto com as demais ciências, construiu a partir de imagens simbólicas o Ocidente como o virtuoso e o Oriente como maldoso. A partir das imagens, que são portadoras de significados para além daquilo que é mostrado e com propriedades universalizantes e alta capacidade de fixação (PESAVENTO, 2008), a História, a partir de pinturas, gravuras e fotografias de ângulos favoráveis do Ocidente, favoreceu o eurocentrismo e criou uma imagem negativa do Oriente.

 

E em nenhum outro lugar essa perspectiva de análise é mais visível do que nos manuais escolares de História dos Estados Unidos (WOLF, 2009), aliada ao neoliberalismo e ao imperialismo. Partindo dessa noção, fomos ensinados, nas salas de aula e fora delas, que se pode pensar no Ocidente como uma sociedade civilizada, moderna e independente, que se opõem as demais sociedades. As ainda em desenvolvimento, de transição, e as sociedades vistas como parte do Terceiro Mundo, tradicionais (WOLF, 2009). Essa metodologia é prejudicial porque impede a compreensão dos relacionamentos entre essas sociedades, além dar todo o protagonismo histórico para os povos ocidentais e tratar os povos orientais como meros figurantes. Por isso, faz-se urgente e necessário trazer estudos decoloniais para a sala de aula. Para que os alunos, que são marcados até hoje por essas violências do passado, possam ter no que se apoiar e receber uma educação que parte do princípio de empodera-los. Seria importante não só para os alunos que trazem consigo algum tipo de subjetividade, como também para os alunos que se encaixam nos padrões normativos da sociedade. Para que todos saibam identificar e lidar com suas opressões e passabilidades.

 

É possível dizer que esse foco no ocidente, que também pode ser interpretado como eurocentrismo, condicionou o nascimento disciplinar da história. “A difusão de uma História mais crítica, no século XX, e o surgimento da História disciplinar nos países do “Terceiro Mundo” alteraram, sem dúvida, o quadro marcadamente eurocêntrico do pensamento social anterior (BARBOSA, 2008, p. 57). Muryatan é um autor decolonial que, em sua obra “Eurocentrismo, história e história da África” (2008), debate sobre como, desde a 2ª Guerra Mundial, a crítica ao eurocentrismo segue sendo uma questão central para os autores contemporâneos que tratam do assunto.

 

E falando novamente de imagens, é possível usa-las de maneira favorável a ampliação da Interseccionalidade e Decolonialidade dos estudos históricos em sala de aula. Isso porque o problema não está nas imagens, e sim no discurso único A autora Chimamanda Ngozi Adichie, em 2009, fez uma fala no programa TED Talk, que mais tarde se tornou o livro O perigo de uma História Única (2018). Chimamanda é uma mulher negra, feminista e escritora que nasceu na Nigéria, um país do continente africano. E na sua fala feita no programa já citado, ela conta algumas de suas experiências vividas ao se mudar, aos 19 anos, para os Estados Unidos, para fazer faculdade. A fala de Chimamanda no TED Talk é importante para entendermos como se constrói uma imagem de um povo a partir da repetição do mesmo discurso e da representação de uma única imagem:

 

“A meu ver, o que isso demonstra é como nós somos impressionáveis e vulneráveis em face de uma história, principalmente quando somos crianças. Porque tudo que eu havia lido eram livros nos quais as personagens eram estrangeiras, eu convenci-me de que os livros, por sua própria natureza, tinham que ter estrangeiros e tinham que ser sobre coisas com as quais eu não podia me identificar. Bem, as coisas mudaram quando eu descobri os livros africanos.(...) Eu percebi que pessoas como eu, meninas com a pele da cor de chocolate, cujos cabelos crespos não poderiam formar rabos-de-cavalo, também podiam existir na literatura. Bem, eu amava aqueles livros americanos e britânicos que eu lia. Eles mexiam com a minha imaginação, me abriam novos mundos. Mas a consequência inesperada foi que eu não sabia que pessoas como eu podiam existir na literatura. Então o que a descoberta dos escritores africanos fez por mim foi: salvou-me de ter uma única história sobre o que os livros são”. (CHIMAMANDA, em conferência anual – TED GLOBAL 2009 – De 21 a 24 de Julho, Oxford, Reino Unido)

 

Imagens e textos têm aproximações já que imagens contêm discursos e os textos remetem as imagens, visuais e mentais (PESAVENTO, 2008). Sendo assim, deve-se fugir da representação única que se tem de homens em mulheres negras em posição de sofrimento, servidão, miséria. Versus as imagens da branquitude representantes de heroísmos, imponência e sucesso. Mulheres e homens negros precisam sentir e receber exemplos de uma representação positiva de sua raça. Assim como os conteúdos precisam tratar de seu continente de origem, a África, antes da colonização. Para que esses estudantes entendam que sua história não começou com a condição de escravidão, e sim com sua origem ancestral. Para que eles visualizem sua ancestralidade no seu futuro.

 

A partir dessas colocações, concluímos que a Interseccionalidade vinculada intrinsicamente à decolonidade se faz importante para o ensino de História e para o ensino das outras disciplinas. No caso da historiografia, essa importância se potencializa pelo fato da consequência de elaborar a prática de ensino a partir de perspectivas decoloniais e interseccionais seja a quebra do discurso eurocêntrico através do estudo dos conhecimentos ancestrais e também pelo reconhecimento dos lugares de poder ocupados anteriormente à colonização pelos povos do continente africano.

E a partir do que já foi dito na introdução do trabalho, é preciso destacar, também, como a Interseccionalidade não se trata apenas de mulheres negras ocupando simultaneamente o espaço interseccional entre raça e gênero, sendo mulheres e negras. Se trata também do fato de homens negros não exercerem socialmente os mesmos privilégios exercidos por homens brancos. Sendo que o que chamamos de masculinidade tóxica, patriarcado e machismo, são nomes dados à construções que partiram dos homens brancos desde o colonialismo no Brasil. Além disso, mulheres brancas possuem um pacto com esses homens brancos. O pacto narcísico da branquitude (BENTO, 2002). Mantendo assim seus privilégios. Socialmente, existe um problema de racismo estrutural (ALMEIDA, 2019), pautado em raça, não em gênero. Sendo assim, discutir apenas a situação das mulheres negras não dá conta de resolver as desigualdades do país.

 

A construção de aulas de história a partir da metodologia interseccional: ampliando conhecimentos e realidades em debate  

 

A prática do ensino de História a partir do arcabouço teórico-metodológico da interseccionalidade é um tema atualmente presente nos estudos acadêmicos. Desta forma, diversos artigos já disponibilizaram estratégias e a importância de um ensino interseccional. Porém, novos estudos ainda precisam ser desenvolvidos a fim de ampliarmos ainda mais a prática escolar a partir do olhar interseccional.

 

Primeiramente, cumpre destacar que atualmente a Base Comum Curricular Brasileira (BRASIL, 2018) faz poucas, quando nenhuma, exigência explicita sobre o ensino de gênero em sala de aula (MEDEIROS; REGIANI, 2020). Enquanto isso, apesar de haver a Lei 10.639/2003 (BRASIL, 2013) que obriga o ensino básico e superior a tratar da História da África e dos Afro-Brasileiros, a prática desse ensino ainda é pouco visível. E continua sendo executada apenas em contextos históricos específicos (COELHO; GAMA; 2020).

 

Como licenciados e, muitas vezes pesquisadoras/pesquisadores em Academias, quando estamos a desenvolver a construção de nossas aulas se faz necessário, estudos teóricos e escolhas metodológicas.  Neste processo se faz crucial buscar intelectuais negras que além de terem criado o conceito de interseccionalidade promoveram estudos sobre a(s) história(s) da(s) mulher(es) ao longo dos anos amplamente. Pois, o estudo de gênero em si não abarca a complexidade das relações de poder de raça, classe e outros entrecruzamentos.

 

Quando o ensino de História é avaliado como um todo, com apoio de material didático e contemplando as bases educacionais, muitas lacunas se apresentam. Principalmente, quanto à pluralidade de sujeitos históricos plurais. Visto que, os acontecimentos do passado estão intimamente ligados com o nosso presente, o apagamento e desumanização destes indivíduos se perpetua. Inclusive, na prática historiográfica e escolar. Porém, para além de evidenciar sujeitos múltiplos, é necessário apresentar suas complexidades e as diferentes relações de poder que o mesmo é submetido. 

 

Quando nos deparamos com a trajetória histórica de diferentes sujeitos, percebemos como há dentro de grupos excluídos diferenças e outras exclusões. E também, como categorias consideradas “oprimidas” assumem, por vezes, o poder da opressão. Como foi tratado neste texto, e apontado por diversas intelectuais negras e negros, mulheres brancas conquistaram espaço e liberdade, mas, mantiveram intactos e em manutenção seu poder sob mulheres e homens negros (DAVIS, 2018).

Portanto, para situar todos os estudantes na construção em longo prazo na trajetória dos sujeitos e dos não-sujeitos (CARNEIRO, 2005) o ensino da interseccionalidade cumpre este papel.

 

Devemos, nos atentar para não cometermos epistemícidios na construção de nossas aulas, inclusive como lançamos mão do uso de conceitos afrocentrados. Outros conceitos como negritude (FERREIRA, 2006), branquitude (BENTO, 2002), mito da democracia racial (NASCIMENTO, 1978), encruzilhada (AUGUSTO, 2016), dentre diversos outros devem ser operados. Fazendo então, frente a uma banalização de um conceito metodológico de forma consciente e ampla.  

 

Pensar a construção de aulas de História embasadas na interseccionalidade tem como objetivo humanizar indivíduos em sua complexidade. Bem como, propor uma tomada de consciente de si – estudantes e professores – que extrapole uma leitura rasa de nossa sociedade. Quando as esquinas de identidade e opressões se encontram ou se distanciam, dados são melhores analisados. Por exemplo, no entendimento de porquê no Brasil, mulheres brancas são melhores remuneradas do que homens negros. E novas realidades são incorporadas a reflexão.

 

Citando caso análogo, permite pensar as particularidades da realidade de mulheres lésbicas cis brancas (KUMPERA, 2019) e mulheres negras cis héteros. E principalmente, como estas diferentes relações de poder foram engendrada no passado histórico, em lutas sociais, cotidianos e na construção da realidade da comunidade escolar. Buscando, ainda a pequenos passos promover a quebra de estereótipos, violências e assinaturas de pactos de privilégio em prol da humanização e valorização identitária e subjetiva de cada um.

 

 

Referências biográficas

 

Eloara dos Santos Cotrim: graduanda no curso de História na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

 

Luana Carolina dos Santos: mestranda em História Política no Programa de Pós-graduação em História na Universidade Estadual de Maringá (PPH-UEM). Membro do Labtempo.

 

Referências bibliográficas

 

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidades. Pólen: São Paulo, 2019.

 

ALMEIDA, S. Racismo estrutural. São Paulo: Editora Pólen Livros, 2019.

 

AUGUSTO, Geri. Transnacionalismo negro: a encruzilhada de amefrican@s. IN: Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, v. 25, n. 45, p. 25-38, jan./abr. 2016. Salvador. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/2281/1589.

 

BARBOSA, Muryatan Santana. Eurocentrismo, história e história da África.

Bento, M. A. S. (2002). Pactos Narcíssicos no Racismo: Branquitude e poder nas organizações empresáriais e no poder público. Tese de Doutorado em Psicologia, Universidade de São Paulo, SP.

 

BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e Branquitude no Brasil. IN: Psicologia social do racismo. Vozes: Rio de Janeiro 2002. 25-58 p. Disponível em: http://www.media.ceert.org.br/portal-3/pdf/publicacoes/branqueamento-e-branquitude-no-brasil.pdf.

 

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>.

 

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo: 2005. 339 p. Disponível em: https://negrasoulblog.files.wordpress.com/2016/04/a-construc3a7c3a3o-do-outro-como-nc3a3o-ser-como-fundamento-do-ser-sueli-carneiro-tese1.pdf

 

CERTEAU, Michel de. Fazer com: usos e táticas. In: CERTEAU, Michel de. A Invenção do cotidiano. 3. ed. trad. Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 1998. vol 1.

COELHO, Bianca Martins; GAMA, Eloá Lamin. O Ensino de História Africana e Afro-Brasileira como tema difícil: por uma aprendizagem histórica humanista e antirracista. XVII Encontro Regional de História Anpuh-PR. Maringá: 2020. Disponível em: https://www.encontro2020.pr.anpuh.org/resources/anais/24/anpuh-pr-erh2020/1611890825_ARQUIVO_15f3e82e21d44c831894bac349440f8b.pdf

 

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. IN: Estudos Feministas, v.10, n. 1, p. 171-188, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ref/v10n1/11636.pdf.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Boitempo: 2016.

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FERREIRA, Ligia F. “Negritude”, “negridade”, “negrícia”: história e sentidos de três conceitos viajantes. IN: Literafro: portal da literatura Afro-Brasileira. Universidade de São Paulo, São Paulo: 2018. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/literafro/arquivos/artigos/teoricos-conceituais/ArtigoLigiaFerreira1Negritude.pdf.

 

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. ANPOCS: Brasília, 1983.

KUMPERA, Julia Aleksandra Martucci. Lesbianidade e Branquitude. IN: Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, vol. 2, nº 04, out-dez: 2019. Disponível em: < www.revistas.unilab.edu.br/index.php/rebeh>.

 

MEDEIROS, Kenia Erica Gusmão; REGIANI, Álvaro Ribeiro. Olhares de gênero e interseccionalidade no ensino de história. Reflexões sobre a historicização da diferença nos processos de educação histórica. IN: Fronteiras: Revista de História, v. 22, n. 39, p. 33-49, jan./jun. 2020.

 

NASCIMENTO, Abdias do. O Genocídio do Negro Brasileiro: processos de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra: 1978.

 

Sankofa (São Paulo), v. 1, n. 1, p. 47-63, 2008.

 

WOLF, Eric R. x “ A Europa e os Povos sem Historia”. Edusp, São Paulo, 2009. Introdução do livro, p. 25 a 48.

 

4 comentários:

  1. O texto apresenta importantes reflexões para a prática do ensino de História e a abordagem de questões como gênero e raça na sala de aula. A partir da discussão apresentada, como os estudos decoloniais e o conceito de interseccionalidade podem contribuir para os processos de construção e afirmação de identidades negras através do Ensino de História?

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    1. Por meio de estudos decoloniais que abordam a interseccionalidade é possível construir estratégias e planos de aula que visam abordar a diversidade de trajetórias presentes tanto na história quanto em sala de aula. Promovendo a afirmação de identidade e humanização de todos os sujeitos.
      Ass: Eloara Cotrim dos Santos e Luana Carolina dos Santos.

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  2. Cordial saludo. Interesante las reflexiones que nos presentan. En términos prácticos ¿Qué elementos se deben tener en cuenta para combatir desde las clases de Historia los racismos y discriminaciones latentes que permean los espacios escolares? Al interior de las aulas de clase ¿Qué tipo de fuentes históricas permitirían desarrollar análisis como el que proponen?

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    1. Olá, agradecemos a pergunta! Cremos que a resposta para essa questão resume-se no que descrevemos no texto a respeito dos estudos decoloniais que agiriam como uma política afirmativa dentro e fora da sala de aula. Permitindo que os educadores levem para a sala novas fontes que valorizam todos os indivíduos como sujeitos. O que se faz possível graças a abordagens sobre identidade e relações de poder, sendo importante destacar dentro da sala de aula aspectos do passado-presente latentes por meio do olhar da interseccionalidade. Ass. Eloara dos Santos Cotrim e Luana Carolina dos Santos

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