Ana Paula dos Santos Reinaldo Verde e Bartolomeu Lima Sá Júnior

    ENSINO DE HISTÓRIA: ABORDAGENS SOBRE UMA EDUCAÇÃO LIBERTADORA E                                 UMA EDUCAÇÃO TECNICISTA NO ÂMBITO ESCOLAR

 

 

Introdução

 

O processo de formação de cidadãos sempre foi um tema muito discutido no meio educacional, político e social, já que as diferenças econômicas sempre estiveram como fator principal desta discussão, mas em meio estes questionamentos, pessoas buscaram as respostas para construir um elo e transformar a realidade vivida por opressão em realidade harmônica, tanto no meio social quanto no meio educacional. Entretanto, transformar um contexto elitizado opressor é algo complicado, já que a maioria da população tinha uma visão hierárquica manipulada e conformada. Com tudo isso, Paulo Freire o idealizador da educação libertadora se propôs a transformar a realidade sonhada por muitos, criando um modo de educar voltado ao indivíduo. 

 

A liberdade sempre foi vista por Freire (1967) como a maneira de desconstruir a realidade que ele presenciou ao longo de sua trajetória, com base nesse pensamento e nas questões que encadeavam o processo de opressão, ele criou possibilidades que revolucionaram a forma de educar, isso se deu a partir das reflexões relacionadas como: conter opressão social e política de forma a reconfigurar um indivíduo humanizado, expulsando de si o opressor que o faz apenas espectador, transformando-se no verdadeiro protagonista, sendo capaz de atuar sem a necessidade de pedir permissão aos que tentam oprimir.

 

O contexto histórico vivenciado por Paulo Freire no âmbito político e educacional no Brasil, foi à famosa "Ditadura" nos fins dos anos 50 e no início dos anos 60. Ditadura militar de 1964 que o Brasil vivia um período de transição, visto que havia uma sociedade fechada, que era comandada pelo mercado externo, com um alto índice de analfabetismo da população.

 

As forças políticas que disputavam o poder na época eram contraditórias, o que ofereceu ao homem brasileiro a possibilidade de ter opções, e para Freire (1967) este período de transição, a educação era fundamental, pois era um caminho para a verdadeira democracia, através de uma educação que proporcionasse o diálogo, que realmente contemplasse a devida importância para a área social, que tivesse uma responsabilidade política onde as classes populares pudessem ter voz ativa.

 

O ensino de História, que foi alvo na década de 70 de políticas educacionais, sendo substituída pelas disciplinas “Educação Moral” e “Cívica”, reverbera uma concepção de educação libertadora assentada numa consciência histórica, dando vida há uma convicção de relações entre passado/presente/futuro. Sem indefinições, podemos concretizar uma salvaguarda para a importância do passado como construção de potencialidades sobre a realidade que nos cerca.

Assim, problematizei nesse artigo: Como o ensino de História se posiciona diante de uma educação libertadora e tecnicista?

 

Quando exponho as abordagens de Paulo Freire, quiçá, serão sempre eternizadas e aplicadas pelo educador que busca retratar de forma clara e sucinta, uma realidade que abrange vários conceitos, principalmente o conceito de desigualdade social que assola nosso Brasil até hoje, de uma forma extremamente explícita. Nós, como educadores, necessitamos fazer o convite ao educando para ser o intérprete de seu contexto social, não somente para sua reflexão, mas a viver e transformar o seu meio social.

 

Ensino de História: entre uma educação libertadora e uma educação tecnicista

 

Uma educação libertadora propõe ao educando ser crítico, reflexivo e buscar sua transformação social, econômica e política, superando a desigualdade social. Partindo do princípio de que a Pedagogia de Paulo Freire tem como objetivo: estimular o educando a ser questionador, crítico e reflexivo em torno da sua realidade, para assim transformar o seu meio.

 

Nesse sentido, o professor de História é uma ponte de transformação do processo de ensino-aprendizagem, tornando-se o primeiro a conduzir o educando através do ato de pesquisar, questionar o meio em que vive, contribuindo para que o mesmo se torne sujeito de sua própria história.  É necessário que o professor conheça seu aluno/clientela para poder trabalhar os conteúdos didáticos em paralelo com a sua realidade.

 

Portanto, para que o professor possa apropriar-se das abordagens de Paulo Freire (2002) na sua metodologia, é necessário entender que o educando é o ponto central do processo de transformação, sem diminuir a importância do professor, pois os dois fazem parte do processo de transformação e construção do conhecimento, buscando aprimorar sua prática diária através das abordagens teóricas. Nesse sentindo, a educação libertadora é fundamental para transformar o educando em um cidadão autônomo, crítico e reflexivo em relação à sua vivencia em sociedade. Freire relatava que:

 

“Narração de conteúdos que, por isso mesmo, tendem a petrificar-se ou a fazer-se algo quase morto, sejam valores ou dimensões concretas da realidade. Narração ou dissertação que implica um sujeito, o narrador, e objetos pacientes, ouvintes - os educandos” (FREIRE, 2011, p.65).

 

A educação libertadora tem uma visão mais elevada em questão de igualdade social e foi criada pelo autor Paulo Freire em sua vida cotidiana. Tal visão ou concepção é tida como sendo problematizadora e libertadora a medida que a mesma é uma constante busca que visa com que os educandos transformem o mundo em que vivem. Portanto, os mesmos devem assimilar a realidade que os cerca e assim terão uma visão mais crítica de certos elementos sociais, e até mesmo respeitando sua cultura e história.

 

Um método educacional foi proposto pelo autor “Paulo Freire” como forma de proporcionar uma educação libertadora. Tal método é qualitativo e não quantitativo, donde não pode ser avaliado pela quantidade de conteúdos sobre os quais os educadores são capazes de lecionar, mas, sim pelo potencial adquirido pelos educandos de transformação da sua própria realidade e do mundo no qual está inserido. Seu método está fundamentado em quatro fases:

 

“Investigação da demanda temática de interesse da comunidade de educandos que se dá através do diálogo entre educadores e educandos, investigando o universo e trazendo temas de interesse dos mesmos. Além disso, é preciso também detectar o nível de consciência dos indivíduos sobre os temas já que o importante é justamente fazer nascer esta consciência nos educandos. Escolha e codificação das temáticas adotadas para a investigação e submissão das mesmas à análise crítica da comunidade de educandos. Desenvolvimento de círculos de investigação temática que visam melhorar o nível qualitativo das propostas temáticas e explicitar precisamente as situações limites a serem trabalhadas. De tais círculos devem participar tanto educadores quanto educandos. Redução dos temas a serem tratados em núcleos fundamentais que constituirão as unidades de aprendizagem bem como a sequência entre elas. Feito isto, prepara-se o material a ser utilizado e procede-se a sua codificação tendo como perspectiva o canal de comunicação a ser utilizado” (ZORZO, [ 2016? ]).

 

Assim, a educação libertadora possibilita uma interação que se dá por meio do diálogo, de modo que os educadores possam abordar temas que fazem parte do cotidiano dos educandos e que sejam próximos da sua realidade, dessa forma, a interação faz com que a capacidade de cada um seja estimulada de forma crescente e construtiva. Neste sentido, a qualidade do aprendizado fica mais significativa e o educando torna-se a ser investigador diante do que é falado ou escrito.

 

A educação tecnicista foi instituída no período da Ditadura Militar e consolidada no Brasil, representou a falta de diálogo imposta pela atuação do governo, no que se refere aos educadores e educandos. A Pedagogia Tecnicista no Brasil chegou entre as décadas de 60 e 70, e tinha incentivo nas teorias behavioristas, que objetivavam o estudo a partir da observação comportamental e comprovação experimental de aprendizagem, que fazia menção a obrigatoriedade e as necessidades industriais e tecnológicas do contexto histórico da época.

 

Assim, nota-se que é um modelo de pedagogia capitalista que retrata o descaso e desvalorização para com o educador e educando, moldando um ensino e transmitindo apenas o necessário para que ele pudesse atuar de maneira prática em seu trabalho. Segundo Saviani, “na Pedagogia Tecnicista dir-se-ia que é o processo que define o que os professores e alunos devem fazer e, assim também, quando e como o farão” (SAVIANI, 2012, p.13).

 

Ou seja, uma educação pautada numa concepção positivista de educação que faz menção somente o conhecimento cientifico quantitativo como um processo ensino-aprendizagem caracterizado pela eficiência e produtividade, reprodução de conhecimento dissociado da realidade do educando e de forma operacional, que distancia a concepção sobre suas origens, de forma a ser apenas um expectador do que aconteceu ou acontece na história.

 

A inserção do ensino de História no currículo escolar, acontece no século XIX e possui características voltadas para o europeu, já que sua inserção se dar por meio internacional. A partir da inserção, surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais, que é uma resposta as exigências internacionais, a qual objetiva sintonizar as políticas curriculares brasileiras. Em menção a disciplina, este documento é elaborado como referência aos educadores para um despertar da consciência histórica.

 

No contexto escolar e social, os estudos históricos, desempenham um papel importante, na medida em que contemplam pesquisas e reflexões das representações construídas socialmente e das relações estabelecidas entre os indivíduos plurais. Dessa forma, o ensino de História estimula o educando a investigar os acontecimentos e encontrar respostas para as incógnitas existentes nos recortes temporais e espaciais.

 

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) diante do ensino de História estabelecem estratégias que possam fazer relações entre o contexto e o conteúdo abordado, de forma a facilitar o desenvolvimento das competências estabelecidas. Capacitando os educandos e desenvolvendo a criticidade do saber e desenvolver as percepções que norteiam o processo histórico. Segundo os PCNs:

 

“A organização de conteúdos por temas requer cuidados específicos com a escolha dos métodos. O estudo de temas articulado à apropriação de conceitos ocorre por intermédio de métodos oriundos das investigações históricas, desenvolvendo a capacidade extrair informações das diversas fontes documentais tais como textos escritos, iconográficos, musicais. A apropriação do método da pesquisa historiográfica, reelaborada em situações pedagógicas, possibilita interpretar documentos e estabelecer relações e comparações entre problemáticas atuais e de outros tempos. Torna-se necessário escolher métodos que auxiliem a capacidade de relativizar as próprias ações e as de outras pessoas no tempo e espaço” (BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental, 1999, p.305).     

 

A abordagem utilizada pelos educadores tem papel fundamental na colaboração para o bom desempenho dos educandos, de forma a ser levado em conta o planejamento da metodologia que vai ser trabalhada e a reflexão das experiências educativas. Assim, os educadores devem fazer com que os educandos tenham uma visão dos escritos vinda do seu consciente, fazendo com que eles tenham vontade de aprender História.

 

Educação libertadora x Educação tecnicista: reverberações no ensino de História

 

O ato de educar requer reflexões sobre a práxis utilizada diante do objetivo desejado, o qual deve estar em sincronia de modo a valorizar a realidade dos indivíduos. Dessa forma, buscar conhecimento sobre as abordagens de ensino é a forma essencial para obter êxito no que diz respeito ao crescimento da mentalidade de todos os educandos e educadores que estão envolvidos no processo de educar. Paulo Freire, enfatiza que:

 

“Uma das grandes, se não a maior tragédia do homem moderno, está em que é hoje dominado pela força dos mitos e comandado pela publicidade organizada, ideológica ou não, e por isso vem renunciando cada vez, sem o saber, à sua capacidade de decidir. Vem sendo expulso da órbita das decisões. As tarefas de seu tempo não são captadas pelo homem simples, mas a eles apresentadas por uma “elite” que as interpreta e lhes entrega em forma de receita, de prescrição a ser seguida. E quando que se salva seguindo as prescrições, afoga-se ao anonimato nivelador da massificação, sem esperança e sem fé, domesticada e acomodada. Já não é sujeito. Rebaixa-se a puro objeto. Coisifica-se” (FREIRE, 1967, p.43).

 

Assim, Freire que é o precursor da educação libertadora, critica a forma como a sociedade moderna dar destaque aos fatos falados, ocultando o seu ponto de vista que é guiado pela ideologia da hierarquia. Dessa forma, a elite interpreta os acontecimentos e a classe mais baixa recebe de forma inquestionável, sem ao menos poder relacionar a realidade com o que foi manipulado. Contudo, transformar o oprimido passivo requer modificar a sua visão capitalista de forma a se transformar em cidadão crítico e apto aos questionamentos do cotidiano. Em uma grande contribuição, Paulo Freire afirma que:

 

“O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se “aproximar” dos objetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso “bancário” meramente transferidor do objeto ou do conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no “tratamento” do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível” (FREIRE, 2002, p.13).

 

Entendemos que Freire busca atribuir aos educandos a capacidade crítica, de modo a questionar e argumentar diante dos questionamentos e respostas. Dessa forma o educador deve agir de maneira democrática, ajudando a fortalecer a criatividade dos educandos. Uma das condições para esse desenvolvimento é a interação dialogada, a qual irá fazer com a relação educando-educador ganhe laços afetivos que facilitarão o desenvolvimento cognitivo e social dos dois.

 

A tendência tecnicista se deu a partir da visão que a sociedade obteve pelo capitalismo, onde se busca a necessidade de obter cada vez mais moeda de troca e produtos inovadores, que fossem capazes de revolucionar o modo de trabalho e que fosse capaz de ser eficaz na formação profissional dos indivíduos. Partindo dessa visão da pedagogia tecnicista podemos observa essa visão na afirmação de Luckesi:

 

“A escola atua, assim, no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse imediato é o de produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente informações precisas, objetivas e rápidas” (LUCKESI, 2003, p.61). 

 

Era um processo restritamente técnico. Embora ainda existam educadores com essa abordagem, devemos levar em consideração uma reflexão, será que é por qual motivo, ou mero comodismo? O educador tem total liberdade de traçar metas e objetivos nos dias de hoje, a pedagogia tecnicista foi extremamente ruim para a liberdade, para o direito de ideias, de pensamentos, de desenvolver o seu meio. Paulo Freire sempre contestava essa pedagogia e cita:

 

“Somente quando os oprimidos descobrem, nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, começam a crer em si mesmos, superando, assim, sua “convivência” com o regime opressor. Se esta descoberta não pode ser feita em nível puramente intelectual, mas da ação, o que, parece fundamental, e que esta não se cinja a mero ativismo, mas esteja associada a ação a sério empenho de reflexão, para que seja práxis” (FREIRE, 1994, p.33).

 

Para o ensino de História no que se refere a educação libertadora deve-se analisar o contexto histórico geral, de modo a descobrir quem é o opressor e quem é o oprimido. Isso deve acontecer de forma continua, pois em muitas instituições o educador transmite o conteúdo para o educando da maneira que está no livro didático. É necessária uma reflexão sobre a práxis utilizada, de forma a buscar alternativas que obtenham êxito e que dinamize a busca pelo conhecimento, tornando uma sala homogênea para indivíduos plurais.

 

Já com relação a educação tecnicista, o ensino de História e a relação entre educando e educador é perceptível que ambos estejam exercendo suas funções para cumprir papeis pré-definidos, sendo impossível uma relação afetiva entre os mesmos, ou seja, o professor se resume em apenas em repassar o que é verdade cientifica e o aluno deve receber, aprender e fixar as informações repassadas.

 

A educação tecnicista buscou tornar o processo educativo objetivo e operacional, e que visava somente a organização racional dos meios e o educador é apenas um mero transmissor de conhecimentos científicos, elevando o modelo capitalista da época e infelizmente ainda prevalece em alguns contextos educacionais.

 

Considerações finais

 

Para determinada proeza de compreensão e a importância do Ensino de História geral e local, conforme apontam os PCNs. O professor precisa buscar metodologias voltadas com a implantação de matérias que condecore o conhecimento de mundo do educando. Esse embalo de diálogo no ensino de História deve ser minuciosamente concentrado na formação do educando e possibilitando sua independência para polir-se enquanto cidadão.

 

O ensino de História busca esclarecer todos os questionamentos que os indivíduos têm. Por isso, o mesmo deve ser repassado de forma imparcial e por profissionais com formação específica na área, usando metodologias que vão elevar as capacidades de absorção de conhecimentos dos educandos. Os educadores devem com base em seus conhecimentos de forma a desenvolver as habilidades críticas dos educandos diante dos conteúdos existentes nos livros didáticos.

 

A educação libertadora tem uma visão aberta, uma visão questionadora, que aliada ao ensino de História, levará o educando para um novo horizonte, como um ser pensante, reflexivo e questionador. Lecionar essa disciplina de História requer que o educador seja apto de habilidades que busquem sentido e coerência para determinada explanação.

 

A educação tecnicista foi um processo de determinada educação opressora e oprimida, que levava o educando a não compreensão de mundo e sim de uma compreensão científica, voltada aos interesses industriais. E com determinada realidade o cidadão não tinha possibilidades de analisar sua própria realidade. A pedagogia que oprime, que desvaloriza o educador e educando na sua consciência, de fato é um processo revolto. As escolas atuais devem trazer em sua pedagogia uma rotina mais ampla, formando cidadãos para o mundo. Sem a liberdade de reflexão essa formação certamente cairá em inconsciência.

 

Apesar de o método tecnicista ser voltado apenas para o aperfeiçoamento das técnicas, isso não o faz ser entendido como um método fracassado, enquanto o seu objetivo de profissionalizar os indivíduos, mas sim como um método que não dava ênfase a possibilidade do educando em adquirir conhecimento com base nas suas capacidades. E de fato, se o objetivo da escola é formar cidadãos, a construção da afetividade social deve estar como um dos objetivos principais, assim como a formação profissional.

 

Referências biográficas

 

Ana Paula dos Santos Reinaldo Verde é Professora da educação básica no Maranhão e Professora Bolsista EAD de Pedagogia na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Possui graduação em História e Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA [2007]. Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Internacional de Curitiba e Psicologia da Educação pela Universidade Estadual do Maranhão. Mestrado em História Profissional pela Universidade Estadual do Maranhão e Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual do Ceará. E-mail: napaularenaldo@gmail.com

 

Bartolomeu Lima Sá Júnior é Graduando em Licenciatura em História pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA pelo Programa de Formação de Professores para atuar na Educação Básica – PROFBPAR-PARFOR/UFMA – Campus: Urbano Santos. Leciona a disciplina de História dos Anos Finais da Educação Básica no município de Urbano Santos. E-mail: juniorsaroney92@gmail.com

 

Referências bibliográficas

 

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

 

FREIRE, Paulo. Educação Como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: PAZ E TERRA LTDA, 1967.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Editora: Paz e Terra. São Paulo, 1994.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e Terra (Coleção Leitura). São Paulo, 2002.

 

FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Editora: Paz e Terra. São Paulo, 2011.

 

LUCKESI, Cipriano Carlos, Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 2003.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia, Campinas. Editora: Autores Associados,2012.

 

ZORZO, Carlos Alberto. Síntese: A Educação como Prática Libertadora
Paulo Freire. UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, [2016?]. Disponível em: <
http://www.inf.ufsc.br/~edla.ramos/infoedu/alunos/alunos99/zorzo1.htm> Acesso em: 21 de Abril 2020.

15 comentários:

  1. Inicio agradecendo a vocês a oportunidade da reflexão a partir do texto. Vejo que mencionam os Parâmetros Curriculares Nacionais, de utilização não obrigatória. Agora temos a obrigatoriedade da utilização da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Considerando a fundamentação teórica apresentada, o que poderia ser dito sobre a BNCC? Ainda que talvez possa ser uma aproximação inicial para vocês.
    Alessandra Bertasi Nascimento

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    1. Boa tarde, Alessandra. Satisfação! O ensino de História consistente com a BNCC na proposta adotada no texto, considera dois pontos importantes: os estudantes podem aprender a conectar eventos passados ao presente e podem compreender os fatos de forma crítica em uma educação pautada na liberdade de diálogo entre estudantes e educadores no âmbito escolar, deixando a famosa educação tecnicista apenas na lembrança. Segundo a base, é preciso fazer da história uma ferramenta para se ter uma maior compreensão da experiência humana e da sociedade em que vivemos. Portanto, os estudantes não devem apenas compreender os fatos de forma remota, mas também não devem compreender outros fenômenos fora do contexto, mas principalmente do próprio presente. Portanto, entender a BNCC aos olhos do grandioso Paulo Freire é negar que escolas e educadores estão em branco, e continuarão a ser replicadores de conhecimentos, habilidades e competências prontas que servirão apenas para oprimir ambos (estudantes e educadores). Não há descrição melhor de nossa atual situação do que o autor Freire, ao meu ver querida Alessandra. A primeira condição para uma pessoa, especialmente um educador realizar uma ação educativa é a capacidade de agir e refletir plenamente sobre o cenário atual, falo economicamente e politicamente. Em uma época em que novas ideologias fascistas reaparecem no Brasil e no mundo, essa não é uma tarefa fácil para nós estudantes, professores e cidadãos.

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  2. En la parte inicial del texto se menciona la relación entre la educación libertaria y la conciencia histórica ¿Podría establecer los elementos teóricos y prácticos en los que se sustenta dicha relación?

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  3. Olá, Nilson! Os elemento teóricos que podem se relacionar e práticos entre a consciência histórica e educação libertadora é o agir consciente na realidade histórica, a prática social, a práxis, a objetividade concreta da realidade e a subjetividade humana necessária para o devir histórico.

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  4. Boa tarde! felicito pela produção. Gostaria de provocá-los com uma reflexão: quando vocês dizem
    "A educação tecnicista foi instituída no período da Ditadura Militar e consolidada no Brasil, representou a falta de diálogo imposta pela atuação do governo, no que se refere aos educadores e educandos"
    não acham que estão minimizando o caráter autoritário do governo militar e suas reformas educacionais? Visto que diálogo é uma palavra quase contraditória com ditadura? agradeço

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    1. Agradeço pela visita no texto compartilhado professora Sandra Regina Mendes. Sua colocação é de extrema importância para nossa pesquisa. Satisfação!
      Sua resposta está nessa estrofe do texto querida professora Sandra Regina Mendes “O contexto histórico vivenciado por Paulo Freire no âmbito político e educacional no Brasil, foi à famosa "Ditadura" nos fins dos anos 50 e no início dos anos 60. Ditadura militar de 1964 que o Brasil vivia um período de transição, visto que havia uma sociedade fechada, que era comandada pelo mercado externo, com um alto índice de analfabetismo da população” o que dificultava também qualquer forma de contestação por parte da sociedade.
      São apenas alguns fatores que contribuíram para total opressão no contesto “Ditadura Militar” essa falta de diálogo entre sociedade de uma forma geral, principalmente entre educadores e estudantes foi devido ao cenário político atual. O educador é apenas um técnico que vai receber orientação de outros técnicos por meio de orientações técnicas e objetivas. É crescente o distanciamento entre teoria e prática na época. Os estudantes executam apenas as funções do instrumento e apenas os objetivos de ensino. O pensamento crítico nunca é possível, esses estudantes estão subordinados ao conteúdo que foi entregue ao educador, e eles passarão o conteúdo que foi designado para uso em sala de aula no mesmo formato.

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  5. Prezados Ana Paula e Bartolomeu,

    Em primeiro lugar agradeço a oportunidade de reflexão sobre a história da educação no Brasil por meio do artigo que apresentaram. Quando dizem "A educação tecnicista foi instituída no período da Ditadura Militar e consolidada no Brasil, representou a falta de diálogo imposta pela atuação do governo", acho um pouco reducionista em relação a tudo o que a Ditadura Militar de fato representou para a educação, entendo, é claro, a limitação das discussões de um artigo curto, e longe de ser uma crítica. Trata-se, apenas, do desejo de ouvir um pouco mais de vossas concepções sobre a questão.

    Abraços e parabéns pelo trabalho.

    Cláudia Sena

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    1. Meus Agradecimentos pela leitura do texto compartilhado Cláudia Sena Lioti. No que se refere educadores e educandos, a falta de diálogo entre governo e sociedade de uma forma geral é apenas um dos motivos de impossibilidades de cidadania que a ditadura apregoou no contexto da época.
      Naquela época, as forças políticas em disputa pelo poder eram contraditórias, o que dava aos brasileiros a possibilidade de escolha, embora sendo mínima. Para Paulo Freire, a educação é fundamental neste período de transição porque é o caminho para a verdadeira democracia. Isso, de fato, deu a devida atenção ao campo social, ter responsabilidade política também é permitir que as massas façam uma voz positiva do que não concordam.

      Só uma ressalva. A pedagogia técnica que foi vigente no contexto da ditadura militar Claudia, é uma educação baseada no conceito de educação positivista. A educação menciona apenas o conhecimento científico quantitativo. Este é um processo de ensino caracterizado pela eficiência de aprendizagem e produtividade. A reprodução do conhecimento está fora de sintonia com a realidade dos estudantes, e as ideias dos estudantes de origem longe deles, para serem apenas espectadores de eventos históricos.

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  6. Lívia Diana Rocha Magalhães26 de maio de 2021 às 11:04

    Caros Ana e Bartolomeu, discutir Paulo Freire sempre é um importante e necessário. Vida longa as ideias de Paulo Freire. Também gostaria de fazer algumas considerações sobre o diálogo com a educação tecnicista. Em determinado momento do texto você a situam como sendo fruto de "uma visão que a sociedade obteve pelo capitalismo", não seria o inverso? Não foi esse capitalismo que se apropria das relações de pelas quais a sociedade transforma a natureza e o ser humano, tais como a educação? Abraços

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    1. Bom dia, Lívia. Sua observação é fundamental. Obrigado pelo tempo disponibilizado para a leitura do nosso texto. A sociedade “contemporânea” corporificada em dinâmicas complexas e contraditórias possui uma organização interna, isso também ao cenário atual da nossa pesquisa, que representa um conjunto de intermediários e relações baseadas no trabalho. Sob o capitalismo, concordo com a reprodução ampliada do capital, e requer a produção de mercadorias como ferramenta para produzir mais valor para alcançar sua expansão. A relação entre o homem e o meio ambiente (natureza) se manifesta como uma contradição capital-trabalho, como se pensássemos a partir de uma perspectiva abstrata, homem e natureza conectam-se e transformam-se em um produto. Se pensarmos de um ponto de vista real, trabalho é o processo de produzir / reproduzir bens. Portanto, no capitalismo, a aquisição dos recursos existentes na natureza se dá por meio das relações de mercado, pois a posse deles pelo capital significa a eliminação de seus “dons naturais”. Portanto, incorporar a natureza e os humanos ao ciclo de produção é a base para a expansão do capital. Um abraço!

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  7. Arcângelo da Silva Ferreira26 de maio de 2021 às 23:11

    Ótima experiência, a leitura do texto. Ana e Bartolomeu, a chave da relação dialógica entre o Método Paulo Freire e o Ensino de História, na perspectiva de refutar resquícios de uma educação tecnicista é,penso, o conceito "consciência histórica". Na atual conjuntura quais as dificuldades básicas do ensino de História para combater, por exemplo, determinadas consciências negacionistas inscritas nas mentalidades dos estudantes?

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    1. Olá, Arcângelo! O contexto histórico atual é uma das dificuldades básicas no ensino de História para combater o negacionismo nas mentalidades dos estudantes e sobremaneira a ausência teórica por parte do professores diante de questões que envolve sua formação pessoal e profissional.

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  8. Boa tarde, analisando o texto e refletindo acerca de uma educação libertadora, como poderíamos trabalhar o ensino de História dentro da sala de aula, de uma forma que não se mostrasse "mecânica" mas que abrangesse o contexto social e político dos alunos?

    Afranio Junior de Melo Barros

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  9. Olá, Afrânio1 Esse questionamento não tem um roteiro definido pois se assim fosse seria mecânico, como afirma a educação libertadora deve abranger a contextualização concreta e para a práxis.

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