Andréa Giordanna Araujo da Silva

 ENSINO DE HISTÓRIA: A PESQUISA NA FORMAÇÃO E NA ATUAÇÃO DO PROFESSOR

 

 Introdução

O texto realiza a exposição das concepções de professor-pesquisador que têm sido objeto de reflexão, nos âmbitos acadêmico e escolar, desde a década de 1980 no Brasil. Este trabalho procurou realizar a distinção do significado e do sentido social da pesquisa realizada como tarefa do historiador e da prática intrínseca ao exercício da docência.

Considera-se a prepositiva de Paulo Freire (1986) sobre pesquisa e ensino para pensar o que seria o ideário de professor-pesquisador, tendo como cenário as condições estruturais das escolas brasileiras, as condições de trabalhos dos professores e a realidade sociocultural dos estudantes das unidades de ensino público.

No cenário discursivo em que se formulou o ideário de professor-pesquisador, o significado da pesquisa não estava diretamente associado à escrita e publicação de um texto acadêmico. Estava intrinsecamente relacionado à necessidade de o professor ter autonomia pedagógica, de ser coprodutor crítico dos recursos pedagógicos e didáticos e dos saberes escolares. 

Com o processo de redemocratização, a partir de 1985, novos postulados teóricos começam a ser amplamente discutidos no meio acadêmico e, nesse cenário, a perspectiva gramisciana de intelectual orgânico ganha força como uma postura necessária ao trabalho docente (GRAMSCI, 1982; 2001). Visto como aquele que trabalhava com as massas e que deveria estar a serviço destas, o professor foi convocado a pensar a realidade de forma mais objetiva e a colaborar com a criação de estratégias e práticas pedagógicas e culturais que favorecessem o desenvolvimento intelectual e a formação política (consciência de classe) dos grupos populares (classe trabalhadora).

No Brasil, uma das vozes que tratou da necessária formação intelectual e científica do professor, nos anos de 1980 e 1990, foi Paulo Freire. Numa perspectiva de confronto aos modelos educacionais pré-fabricados que eram ofertados às escolas, pelas editoras e instituições ligadas ao setor privado, e que deveriam ser aplicados pelo professor (FREIRE, 1997), o intelectual observava a pesquisa como ferramenta para o exercício da docência, pois esta iria garantir um bom trabalho pedagógico e a autonomia intelectual e ética do professor, uma vez que o docente poderia formular seu programa de ensino de forma consciente (crítica) e político-ideologicamente interessada aos oprimidos.

Na década de 1990, os processos de recomposição dos currículos escolares, em meio a tensões e negociações, discutiam sobre como as teorias pedagógicas e os conteúdos das áreas disciplinares deveriam estruturar os programas curriculares. Realizava-se a reflexão do professor como sujeito ativo na composição das práticas curriculares. Esse pensamento tinha por interesse se contrapor à perspectiva do professor como executor de tarefas, como aquele que deveria pôr em desenvolvimento o currículo oficial, prescrito pelos especialistas das áreas disciplinares e por técnicos pedagógicos das secretarias de educação e do Ministério de Educação.

Nesse movimento, alguns estudos buscaram apontar o professor como produtor de saberes e práticas necessários ao trabalho docente e à cultura escolar (PIMENTA, 1999; TARDIF, 2002; FREIRE, 1996; SAVIANI, 1996). Assim, surge o conceito de professor reflexivo, como aquele que deve ter sua prática como objeto de reflexão e análise; a escola deveria ser lócus de estudo e o docente deveria apresentar suas criações a outros profissionais como forma de disseminar o conhecimento produzido no cotidiano escolar. Essa perspectiva teórica serviu de subsídio para a criação de eventos de premiação dos professores considerados inovadores e comprometidos com a escola, caso do “Prêmio Educador nota 10”, criado em 1998, pela Fundação Victor Civita.

Esse discurso estava diretamente relacionado ao papel do professor na educação básica e à função social da escola. Muitos discursos políticos e pedagógicos tratavam os problemas educacionais como se fossem unicamente resultantes da falta de formação dos professores e de suas inabilidades para os usos de diferentes linguagens e recursos pedagógicos, especialmente os relacionados às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), mais especificamente a internet, rede de informações e comunicação de âmbito global. Este também era o cenário em que se discutiam os efeitos políticos, econômicos e culturais da globalização sobre as instituições sociais e sobre a formação cultural das pessoas (GENTILI, 1999); nele foi iniciada a reflexão sobre o papel do professor no movimento incerto e flexível do capitalismo financeiro e das políticas neoliberais.  

Também foi nesse cenário que o discurso que culpabiliza a falta de formação dos professores pelo baixo desempenho cognitivo dos estudantes na apropriação dos conteúdos das disciplinas escolares revigorou-se. Era hegemônico, no cenário governamental de âmbito federal, o discurso que desqualificava o professor como profissional capaz de reconhecer as demandas formativas e pedagógicas do contexto escolar em que ele estava inserido. Assim, surge a perspectiva da formação continuada como forma de requalificação do corpo docente e como necessidade de formar professores-pesquisadores.

No discurso político progressista, produzido por grupos de pesquisadores associados aos sindicatos, aos movimentos sociais, às organizações não governamentais e a outros espaços de mobilização civil, a perspectiva era que o professor-pesquisador teria condições de inserir no currículo escolar temáticas e práticas culturais que favoreceriam a ampliação da consciência política do povo, que se tornaria capaz de realizar a interpretação e a análise crítica da realidade.

Freire (1996), por exemplo, é um dos intelectuais que tratava a pesquisa, entendida como estudo contínuo e desenvolvimento da capacidade de construir os recursos pedagógicos necessários à formação crítica, como ação de autoformação do professor. Não se tratava, necessariamente, de tornar o professor um produtor do conhecimento científico, isso também, mas se tratava essencialmente de instrumentalizar o professor para compreender como o conhecimento era produzido e de saber utilizá-lo nas práticas cotidianas.

A formação do pesquisador no curso de história

No Brasil, o curso de História e Geografia foram criados juntos; sua atribuição era formar professores para o ensino secundário. A pesquisa não era objeto de discussão estrutural do curso. Mesmo com a separação e a criação do curso de História e Geografia de forma individualizada, ainda era o ensino o motivo central da formação no ensino superior. Só com a criação da estrutura 3+1, três anos de estudos de conhecimentos de campo disciplina e um ano de estudos dos saberes pedagógicos, é que o curso de História passar a ser visto como o lugar de formação para a pesquisa; e a docência constituiu-se como qualificação profissional complementar (SAVIANI, 2007). Nesse período, os graduados em História “[...] obtinham os títulos de bacharel e licenciado, mas na prática o destino da grande maioria era o magistério” (FERREIRA, 1996, p. 32).

Os mestrados em História, iniciados e expedidos nos anos de 1970, de modo geral, segundo Francisco Falcon (1999), eram, a princípio, mais uma formação de complementação às lacunas deixadas pelo curso de graduação e menos um lugar de formação de pesquisadores. No final da década de 1970 e no início dos anos 1980, a consolidação dos programas e o investimento nas pós-graduação produziu uma nova identidade para os cursos de História. Nesse novo quadro, o interesse dos cursos de graduação passou a ser formar pesquisadores e o exercício da docência apresentava-se como atividade de mérito profissional inferior no âmbito do trabalho do professor universitário (FERREIRA, 2016).

Nos anos de 1970, com a implantação da Lei nº 5.692 e a criação do curso de licenciatura de curta duração em Estudos Sociais (junção de História, Geografia e Organização Social e Política do Brasil), cada vez mais o curso de História vai se estruturando para a formar pesquisadores.  

Nos anos 1990, com a separação dos cursos de bacharelado e licenciatura, buscou-se criar identidades específicas para o trabalho do pesquisador da área de História e do professor de História. E o currículo do curso de licenciatura em História ingressou em uma rede de constantes tensões, negociações e conflitos, entre a formação específica e a pedagógica.

 Os espaços de formação do professor-pesquisador e do pesquisador-professor

A reformulação dos currículos de licenciatura em História, nos anos 2000, o surgimento dos cursos de formação continuada para professores, a criação das especializações em ensino de História e a presença de muitos mestres e doutores como professores do ensino médio e do ensino fundamental têm ressignificado a qualidade do ensino e as expectativas para o trabalho docente.

Todavia, a ideia de formação do professor-pesquisador também carrega outro sentido no presente. Com o fechamento de muitos cursos de bacharelado, os Projetos Político-Pedagógicos dos cursos de licenciatura já assumem para o professor a dupla tarefa: ensino e pesquisa, como elemento intrínseco à profissão.

 É pertinente realizar a distinção histórica entre o professor de História e o historiador. O trabalho específico no ambiente escolar exige um profissional que reconheça a especificidade do trabalho pedagógico no cenário escolar. Isso significa instrumentalizar o professor para a pesquisa no âmbito de sua profissão, que não pode ser vista como uma ação complementar à qualificação, mas estruturante da formação. Assim, a apropriação das ferramentas para a pesquisa historiográfica é um requisito à formação no campo disciplinar, mas também o é a aquisição de saberes que tratem da pesquisa no campo da Educação. Não é tarefa isolada do curso de Pedagogia a realização de pesquisa sobre teorias pedagógicas, ensino, didática, processos de aprendizagens e políticas públicas, por exemplo; esse é um trabalho de pesquisa que cabe aos professores-pesquisadores, função que não é do âmbito do curso do bacharelado em História.  

 O discurso dos textos político-pedagógicos dos cursos de licenciatura em História tem se esforçado por buscar garantir na formação do professor o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao exercício da docência e à tarefa do historiador (SILVA, 2020), buscando, com isso, reduzir a perspectiva do professor como executor de um programa curricular. Porém, as tarefas não são as mesmas, não são as mesmas demandas e atribuições. A pesquisa, para quem necessita ensinar melhor e “adaptar-se ao meio escolar”, não tem o mesmo ideário e objetivo de quem produz o conhecimento histórico, que se dedica a um campo do saber ou a uma tarefa profissional. São lugares e objetos de pesquisa distintos.

 No caso do pesquisador-professor, neste estudo, o bacharel em História, a docência como profissão lhe é permitida quando este ingressa na formação superior para desenvolver atividades de ensino. Assim, muitos bacharéis cursam especializações em docência superior ou, na realização do curso de mestrado e doutorado, vivenciam a disciplina de estágio de docência. Essas formações possibilitam aos futuros professores universitários conhecer a rotina do trabalho pedagógico no ensino superior.

 A pós-graduação favorece o trabalho do bacharel já que os professores de História não são avaliados por seu desempenho como pesquisadores. Assim, os mestrados profissionais ocupam o espaço de formação que deveria ser realizado nos cursos de graduação: “[...] compreender contextos históricos, sociais, culturais e organizacionais nos quais se dá sua atividade docente” (FEREIRA, 2016, p. 38).Ser professor é, nesse sentido, assumir uma dupla tarefa. Ao bacharel cabe a pesquisa e ao professor a pesquisa e o ensino. A questão fundamental é que o professor se envolve com muitas temáticas, sujeitos e conteúdo no ensino de História. Sendo assim, deve conhecer em profundidade diferentes conteúdos, conceitos e temáticas da área de História para que suas aulas não sejam elaboradas com superficialidade. Por isso, a terminologia “formação inicial” para o curso de licenciatura tem dupla função: reconhecer que a realidade é dinâmica e mutável e que a docência também deverá ser. 

Um conteúdo de ensino não existe por si só; ele é uma seleção com intenção de formação cultural ampla (ética, estética, política etc..). Se pesquisa significa produzir descobertas, é preciso que o professor descubra como os cenários escolares, no campo macro (contexto sociopolítico e econômico de um tempo-espaço) e micro (uma unidade de ensino), se desenvolveram e se desenvolvem. É preciso observar como as teorias educacionais, as reformas e as transformações na produção historiográfica têm contribuído para a formação das culturas escolares e para a estruturação atual do ensino de História.

Em 2012 foram criados os cursos de Mestrado Profissional em História, nas Universidades Federais do Rio Grande e de Caxias do Sul, com a finalidade de produzir pesquisas, a priori, sobre o ensino de História. Esses cursos têm seguido muitos itinerários nas escolhas dos objetos, realizado a elaboração de produtos pedagógicos e têm produzido investigações sobre temáticas e conteúdo específicos de ensino e sobre materiais didáticos e pedagógicos em uso nas escolas. Esses estudos, portanto, indicam práticas e conteúdo de ensino que podem ou devem ser incorporados ao curso inicial de formação do professor de História.

Ira Shor (1986), em um texto partilhado com Paulo Freire, Medo e ousadia, observou que o processo de pesquisa desenvolvido pelo professor com a finalidade de conhecer o momento de formação cognitiva, os saberes próprios dos estudantes e entender os limites dos currículos oficiais, no âmbito da prática pedagógica cotidiana do professor, não era considerado como pesquisa no âmbito acadêmico. Assim, constatou: a) o trabalho de reconhecimento das problemáticas sociais e demandas escolares; b) a investigação da realidade socioeconômica e política de um determinado cenário escolar e grupo de estudante (microcultura); c) o desenvolvimento de hipóteses sobre os problemas identificados na apropriação do conhecimento e no desenvolvimento de habilidades que possibilitam, de forma crítica, o reconhecimento da diversidade cultural; d) a participação responsável nas instâncias da sociedade e a formação cultural mais ampla do estudante; e e) a criação de práticas pedagógicas de intervenção (dialógica) sob a problemática escolar identificada não eram consideradas como processos de pesquisa, mas ações próprias do ato de ensino.

A questão fundamental é que o ato de ensino exige: a) pesquisa para conhecer e selecionar os conteúdos de ensino constitutivos do programa disciplinar; b) pesquisa para conhecer as demandas de formação dos alunos; c) pesquisa para identificar os estágios de desenvolvimento cognitivo e social dos estudantes; e d) pesquisa para perceber os limites e as possibilidade pedagógicas das instituições educativas inseridas nos bairros periféricos dos centros urbanos e do campo. Vê-se que o ato de pesquisar precede o ato de ensinar, e que o ato de ensinar carece de permanente processo de pesquisa para construção daquilo que Shor denomina “inteligência fundamentada” do professor no exercício de sua profissão. 

O que se tem como horizonte político é o entendimento de que o termo “pesquisa” é polissêmico no âmbito da formação e atuação do professor. Ele carrega muitos sentidos e possibilidades de ação para o professor e, por isso, tem um significado mais amplo do que para o trabalho realizado pelos bacharéis. Ele significa o estudo científico, desenvolvido com os padrões acadêmicos de escrita e publicação de resultados. Significa identificação da realidade social dos estudantes para a elaboração de um projeto escolar e de ensino-aprendizagem que considere as necessidades e os interesses de formação dos estudantes. Ainda, significa a produção de conhecimento no desenvolvimento do ato pedagógico, quando ele ocorre de forma dialógica e crítica, tendo em vista a ampliação do patrimônio cultural do estudante e sua formação integral, entendida neste estudo como o ato de provocar o desenvolvimento orientado de diferentes dimensões do ser humano: cognitiva, ética, estética, política, emocional e espiritual (SILVA, 2016).  

Tendo como ideário a formação de um professor-pesquisador, é imperativo entender que o contexto escolar deve ser objetivo-fim do conhecimento produzido pelo professor e, como Freire, deve-se reconhecer a sala de aula como um lugar de produção de conhecimentos:

“Através do diálogo crítico sobre um texto ou um momento da sociedade, tentamos penetrá-la, des-vendá-la, ver as razões pelas quais ele é como é, o contexto político e histórico em que se insere. Isto é para mim um ato de conhecimento e não mera transferência de conhecimento, ou mera técnica para aprender o alfabeto. O curso libertador ‘ilumina’ a realidade no contexto do desenvolvimento do trabalho intelectual sério” (FREIRE, 1986, p. 16-17).

Vivemos em um tempo em que o conhecimento pode ser acessado rapidamente na rede de internet, na escola e durante as madrugadas laborais, que todo docente utiliza como tempo complementar ao exercício de sua profissão. São centenas de artigos, dissertações, teses e livros científicos com temáticas conexas aos problemas individuais e sociais de aprendizagem identificados nas práticas pedagógicas do ambiente escolar. Assim, não é necessária a formulação escrita de um projeto de pesquisa para que um professor e uma professora criem hipóteses sobre as formas mais adequadas de adaptar os conhecimentos do mundo científico às demandas da realidade onde atua. Também não é preciso publicar em um texto sistematizado os efeitos das suas inventividades pedagógicas para que tenha reconhecimento de sua ação de pesquisa, criação e aperfeiçoamento profissional. O docente pode fazer isso, mas não é essa a ação que, a priori, o motiva a pesquisar e a criar.

A pesquisa, na formação e atuação da professora e do professor, não deve estar exclusivamente associada aos atos de produzir e de divulgar um novo conhecimento, mas deve considerar o ato de produzir como um conhecimento que possa servir aos interesses da comunidade escolar ‒ em âmbito restrito, uma escola, ou amplo, um texto acadêmico de âmbito internacional, se assim preferir. Um novo conhecimento não se produz exclusivamente no ambiente acadêmico. Ele pode e deve ser inventado onde existe a necessidade e o interesse pela criação do novo, teórico e metodologicamente formulado para atender a um objetivo: contribuir com a qualificação da educação escolar.

 Referências biográficas

Doutora Andréa Giordanna Araujo da Silva, professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas.

Referências bibliográficas

GENTILI, Pablo (org). Globalização excludente: desigualdade, exclusão e democracia na nova ordem mundial. Petrópolis: Vozes, 1999.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. 3 v.

GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982.

FREIRE, Paulo. Professora sim; tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

FREIRE, Paulo. Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 2001.

FERREIRA, Marieta. O ensino da História, a formação de professores e a pós-graduação. Anos 90, Porto Alegre, v. 23, n. 44, p. 21-49, dez. 2016.

PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Org). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez Editora, 1999. p. 15-34.

SAVIANI, Demerval. História das idéias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007.

 SAVIANI, Dermeval. Os saberes implicados na formação do educador. In: BICUDO, Maria A. V.; SILVA JR, C. (Orgs). Formação do educador. São Paulo: UNESP, 1996. p. 145-155.

SILVA, Andréa Giordanna Araujo da. A importância da História no ensino superior. In: BODART, Cristiano; ROGÉRIO, Radames (org.) A importância do ensino das Ciências Humanas: Sociologia, Filosofia, História e Geografia. 1. ed. Maceió: Café com Sociologia, 2020.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

32 comentários:

  1. Professora, é mencionado na tua argumentação que o contexto de formulação do conceito de professor-pesquisador não necessariamente condicionava o docente a continuidade de sua vidência acadêmica, com a publicação de trabalhos, como foi citado. Mas, objetivamente, um processo de efetiva participação autônoma na constituição do seu fazer, compreendido em materiais e abordagens. É lembrada a criação dos mestrados profissionais como complementação que supre as lacunas deixadas pela separação entre os cursos de bacharelado e licenciatura e, por fim, fica clara a tua opinião sobre à independência do professor da educação básica do intramuros da universidade para a produção de pesquisa.
    No entanto, pergunto: com a corrente disseminação dos mestrados profissionais, é possível pensar que este conceito de professor-pesquisador possa ser revisado e ampliado, contemplando uma maior interação com os espaços de divulgação científica? E, em que medida tu enxergas o interesse das Instituições de Ensino Superior em aproveitar essas pesquisas, servindo como canal de compartilhamento de saberes docentes?
    Josemar de Medeiros Cruz - josemardmc@yahoo.com.br

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    1. Boa Tarde Josemar.
      Agradeço a sua interação e provocação ao meu pensar.
      Os espaços universitários, onde são produzidas as pesquisas acadêmicas também são os lugares onde se formam os professores. A questão fundamental é entender que a formação precisa ser continuamente acompanhada pela universidade, e os encontros de socialização das produções docentes e das pesquisas acadêmicas podem e devem ser estruturados pensando a formação do professor como processo permanente. Os próprios eventos acadêmicos precisam ser também pensados como lugares de formação continuada de professores, espaços para atualização para o professor e de identificar demandas formativas e de pesquisa para as instituições de pesquisas.
      Giordanna.

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  2. Muito interessante o texto e a proposta estabelecida.
    As reflexões sobre o professor-pesquisador são realmente muito necessárias, não apenas no campo da formação de historiadores com licenciatura, mas também na formação de historiadores bacharéis.
    Nesse sentido, meus questionamentos são os seguintes:
    - Como os cursos de graduação em história poderiam melhor preparar tanto os licenciados quanto os bacharéis para a produção do conhecimento voltada também para a docência, tanto no ensino básico quanto no ensino superior?
    - Como a formação inicial na área de história (graduação) pode contribuir para, de fato, formar profissionais que, mesmo assumindo a docência, possam construir conhecimento histórico e participar desse processo de interligação do conhecimento “acadêmico” com o conhecimento trabalhado na sala de aula?
    Agradeço a atenção.
    Sandiara Daíse Rosanelli

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    1. Olá Sandiara.
      Agradeço a sua leitura e intervenção.

      Todo conhecimento produzido, histórico ou pedagógico, é resultante de uma demanda (questão) resultante de nossos interesses e problemáticas do presente. Assim bacharéis ou professores em Histórias, devem estar atentos as questões de cunho histórico feitas no interior das escolas, que nada mais são do quê problemáticas da sociedade. Talvez assim poderemos dar as respostas históricas ou pedagógicas de acordo com a necessidade da realidade escolar também.

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  3. Estimada profesora, celebro las ideas y reflexiones establecidas en su texto. Más allá de los ejercicios específicos de investigación-reflexión desarrollados por el profesorado al interior del aula, los cuales incluyen el análisis de los contextos socioculturales del estudiantado ¿Qué implica el ejercicio de una práctica docente que de cuenta de la complejidad que define el ejercicio de la intelectualidad orgánica?

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    1. Boa Tarde Nilson.
      Feliz por sua provocação ao pensamento.

      A intelectualidade do professor está mediada por suas potencialidades individuais, mas o seu exercício como docente está definido pelo projeto de sociedade e de ser humano que dá sustentação ao currículo escolar e a sua prática educativa com ato político. Por conseguinte, se o cenário escolar está inserido em um contexto de marginalização social e violência política, sua intelectualidade e prática docente deve estar a serviço da justiça social e da humanização do ser humano.

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  4. Olá Professora Andréa. Tudo bem. Primeiramente, gostaria de parabenizá-la pelo excelente texto e reflexões que o mesmo desperta. Assim, gostaria de colocar uma indagação: Sabe-se que ainda existem certos preconceitos aos Mestrados Profissionais em História e aos produtos que eles apresentam, com algumas críticas pelo tempo dedicado à pesquisa, entre outros. Assim, como a Professora percebe o Mestrado Profissional em História e sua contribuição para a pesquisa e formação continuada de Professores de História? Muito Obrigado.

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    1. Olá Gerson.
      Muito obrigada pelas gentis palavras e pela pergunta.

      Primeiro é necessário refletir sobre os lugares de onde têm partido as críticas aos mestrados profissionais, depois pensar que por se trata de um mestrado com objetivos, público e características diferentes, do dito acadêmico, então terá processos e resultados diferentes. Todo processo de formação sistemático para os professores é necessário no cenário brasileiro. Talvez por ser uma experiência inédita, os metrados profissionais precisem de mais tempo de efetivação, acompanhamento técnico e avaliação para que tenhamos críticas mais contundentes, considerando também os efeitos provocados pela atuação pelos professores mestres no interior das escolas.

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  5. Prezada Professora Andréa, gostaria de lhe indagar, quais seriam os fatores que determinam a boa formação do professor de história, dentro do ambiente acadêmico, visto às constantes mudanças ocorridas na sociedade?

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    1. O currículo universitário, especialmente o projeto de formação de professores, deve acompanhar as demandas de formação: intelectiva, espiritual, afetiva, ética e política e de atuação profissional dos sujeitos do presente. Sendo assim, é preciso reconhecer que novas práticas (disciplinas obrigatórias e eletivas) e métodos e processos de investigação, temáticas e sujeitos devem ser inseridos no âmbito da pesquisa acadêmica. É preciso que o futuro professor reconheça no currículo acadêmico que vivencia a sociedade em que se insere.

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    2. Obrigado! O que seria uma demanda de formação espiritual e afetiva. Poderia citar um exemplo? Obrigado mais uma vez.

      Carlos Eduardo Sousa da Silva

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  6. Parabéns! Observei na abordagem que debates acerca do professor pesquisador, no entanto, temos vistos dois níveis de professores, um que se mantém preso ao livro didático, tendo neste o único meio de pesquisa, e , outro grupo que se insere na busca constante de equalização e atualização dos conceitos. Neste sentido, como tratar com os professores que veem no livro didático um instrumento de entrada e saída para formulação das aulas?
    Jêibel Márcio Pires Carvalho.

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    1. Boa Noite Jêibe.
      É possível pensar que o livro didático ocupa uma lacuna, provocada pela não existência de um currículo (programa de ensino de história) elaborado pelos professores na condição de autores de um projeto pedagógico escolar. Quando construímos um percurso pedagógico coletivamente criamos identidade para as nossas práticas de ensino. Ainda, a carência de formação continuada e o pouco tempo dedicado pelo corpo docente ao estudo, como prática de formação e atividade laboral, que deve ser realizada no horário de trabalho, são obstáculos reais ao trabalho autônomo e criativo do professor.

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  7. Parabéns pelas discussões apresentadas. Vejo uma problemática escancarada na nossa sociedade, a diferença entre as "demandas" formativas das universidades e da escolas. A partir disso, como professor de história em formação e sem desconsiderar a experiência escolar que tive como estudante no ensino básico, vejo o sistema educacional sobrecarregado e engessado por muitas vezes devido a política partidária, variando de 4 a 8 anos. O professor está na ponta do sistema educacional. Sou filho de um coordenador pedagógico e os relatos que ele me apresenta giram entorno de professores acomodados, os problemas familiares que interferem na aprendizagem e destaque para as escolhas do corpo de gestão das escolas em grande maioria pra atender as demandas do prefeito. Com isso levanto ainda a questão, de experiência própria, que a escolha em cursos de licenciatura se da em grande maioria como a terceira opção nós vestibulares e provas de egresso. Então questiono como exercer a educação transformadora se a universidade não capacita os futuros professores para o sistema diferente que o espera no ensino básico e sem políticas públicas que valorizem e assegurem a atuação do profissional?

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    1. Olá Anourd.
      Obrigada pelos questionamento.
      Respondi no outro comentário.

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  8. Tenho uma segunda indagação reflexiva sobre o profissional educador/pesquisador. Estamos em um sistema que não valoriza a educação,quase não dá possibilidades de acessos a cursos de pós-graduação e tem a educação como um órgão reprodutor do estado. Então pergunto: como promover a educação transformadora se o profissional em muitos casos não está dispostos a arcar com os custos de se movimentar neste sistema em prol das valorização educacional de seus educandos?

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    1. Olá Arnoud.
      Obrigada pelos dois questionamentos.

      O diagnóstico que você faz é a realidade da escola pública para as classes populares desde sua origem no cenário brasileiro, aguardadas as devidas mudanças históricas. Porém, a sociedade está mudando, sou uma mulher negra numa sociedade racista, contudo só descobri que o nome das práticas que vivenciei durante toda minha existência era racismo faz pouco tempo. O Patriarcado também é invenção conceitual nova, gênero, identidade sexual...a universidade e a escola são o reflexo da sociedade que temos, então teremos ainda muitos ciclos de violência e exclusão social, cultural, étnica..., entretanto temos hoje também mais professores e professoras resistentes, capazes de entender a realidade vivida como construção sócio-histórica, mais qualificados e politicamente inconformados. Nenhum movimento de ruptura e transformação histórica começou com os conformados. Foram e são os negros, as mulheres, os movimentos do campo e LGBT, os indígenas que lutaram e lutam pela inclusão social. Antes estávamos em um cenário pós-escravização, depois em um governo autoritário, a ERA Vargas, e depois em uma ditadura, só agora, em tempos de democracia, podemos VER, ler e escrever e DIZER sobre a realidade de forma que chegue aos excluídos as nossas vozes. Somos novos e ainda estamos criando as nossas estratégias de mudança, estamos na fase de identificação dos problemas... e pensando as soluções, mas com oposição de sempre em estado de alerta e atuando. A escola não vai mudar em breve, mas muitos de nós já estamos em processos irreversíveis de inconformismo, leia-se de mudança.

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  9. Olá professora Andréa, sua abordagem a cerca dessa relação entre docência e pesquisa no campo da História é bastante esclarecedora abrindo margem para muitas reflexões. Levando em consideração a polissemia da palavra "pesquisa" e dessa perspectiva de professor-pesquisador, minha duvida é com relação a fronteira entre a área da docência e a área da pesquisa, ate que ponto o professor-pesquisador pode se aprofundar na área da pesquisa? Seria ele responsável por tornar inteligível o conhecimento cientifico para a sociedade comum, como uma espécie de ponte entre a comunidade cientifica e a sociedade comum?

    Arlindo Raí Silva Viegas França

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    1. Olá Arlindo
      Muito obrigada por sua intervenção.

      Por vezes pensamos o professor como um intérprete do conhecimento científico. Como aquele que torna palatável o “conhecimento acadêmico” produzido. Porém o que precisa ser melhor discutido é o próprio conceito de conhecimento científico. Talvez um texto de teoria ou de metodologia de um campo disciplinar específico não precise ser de conhecimento comum, porém um texto que trata de questões mais amplas, como a condição das mulheres pobres e negras no século XVIII nas áreas urbanas de uma cidade brasileira deva ser de acesso e interpretação comum. Muitas de nossas teses e dissertações tornarem livros de acesso ao público em geral. Assim, ao professor-pesquisador cabe primeiro identificar quais conhecimentos precisam ser ensinados em um dado contexto social e em quais condições pedagógicas o ensino pode e dever ser realizado. Se ele irá produzir a pesquisa sobre o conhecimento identificado como necessário ou se irá selecionar os textos e criar as práticas necessárias ao ensino qualificado, vai depender de seus interesses profissionais e condições materiais possíveis. O que queremos fizer é que o tipo de pesquisa científica e produção pedagógica que irá realizar o professor como pesquisador vai depender da demanda social e escolar e das condições materiais disponíveis a sua formação e atuação.

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  10. Boa noite, professora Andréa. Parabéns pelo texto, a relação entre pesquisador-professor realmente é um ponto de grande importância na construção do conhecimento histórico, o que me leva a pensar nas disparidades existentes entre o que se é produzido nas academias e nas narrativas dos livros didáticos. Quais propostas a senhora poderia citar para que possa nos ajudar a estreitar essa relação?

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    1. Olá Jaqueline.

      Tenho realizado pesquisa sobre os livros didático de história faz alguns anos e também produzidos materiais didáticos, em parceria com os graduandos. Esse processo tem me convencido de que é necessária a atuação mais próxima das instituições de pesquisa na produção destes recursos. Precisamos de mais laboratórios nas universidades para produção de recursos didáticos. Em outras áreas do conhecimento, no interior dos grupos de pesquisa, é comum a produção de máquinas, remédios e insumos diversos para atender as demandas do setor empresarial, agrícola.., precisamos fazer esse tipo de trabalho na universidade, em parceria com as escolas, só assim os conteúdos atualizados das pesquisas acadêmicas chegarão aos livros didáticos.

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  11. Na sua opinião, qual a importância dos textos políticos pedagogicos para a formação dos futuros licenciadores em História?

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    1. Boa Noite.

      Perdão, mas creio não ter entendido bem o que são os textos políticos pedagógicos. Mas considerando o texto partilhado, posso dizer que as teorias pedagógicas possibilitam a instrumentalização dos professores para entender a função social da escola em um dado contexto histórico e pensar procedimentos de ensino mais adequados aos diversos públicos escolares.

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  12. Boa tarde, sobre a formação de novos professores da área de História e pensando em sua atuação dentro da sala de aula, como podemos combinar um efeito positivo entre a pesquisa e a área pedagógica, qual seria o caminho indicado para que o professor atuasse de forma a fazer com que os alunos se interessassem pela aula?

    Afranio Junior de Melo Barros

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  13. Boa noite, Afrânio.
    Obrigada pela pergunta.
    O nosso maior desafio na formação dos professores é fazer com que o professor se reconheça como professor. Reconheça a escola que existe, o aluno real e as condições de trabalho que irá ter em sua carreira profissional, em um tempo mais imediato. A aprendizagem de um aporte teórico e de procedimentos e técnicas ensino só acontece, de fato, quando temos o trabalho docente como interesse profissional. Sempre que observei um aluno em prática de estágio dizer que teoria e prática não dialogam, usualmente ele não conhece bem a teoria. Assim é preciso entender que as teorias são instrumentos para o trabalho docente e elas carecem de tempo e reflexão para que sejam boas mediadoras de novas invenções pedagógicas. Logo a pesquisa acadêmica se associa bem a prática pedagógica escolar quando o futuro professor tem um projeto de atuação e formação profissional.

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  14. Boa noite a todxs!
    Gostaria de parabenizar pelo primoroso trabalho escrito que sem dúvida é algo que ainda tem muito a contribuir e destacar dois pontos fundamentais que as vezes são pensados de maneira isolado: a pesquisa e docência.
    Recentemente estive conversando com uma colega pesquisadora e a mesma estava falando sobre as possibilidades de atuação em espaços informais. Na sua opinião, de que maneira isso seria possível de ser potencializado durante o processo de formação tanto no ensino básico quanto no superior?

    Rodolpho Luiz Almeida Vieira

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    1. Boa Tarde Rodolpho e obrigada pela intervenção.

      Atualmente muitos estudantes de graduação participam de atividades, como monitores, em museus e centros de artes, bibliotecas comunitárias e espaços de formação cultural em comunidades, ongs e organizações sindicais. Esses são espaços formativos que possibilitam ampliar o olhar sobre o sentido social da educação e como diferentes intervenções pedagógicas podem colaborar com a formação integral das pessoas.

      Andréa Giordanna.

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  15. Olá! Adorei sua pesquisa,acho super importante discutirmos a importância da pesquisa durante a formação e durante a docência. Todo Professor tem que ser pesquisador, como disse Paulo Freire " Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me inseri na busca, não aprendo, nem ensino". Refletindo sobre isso, a pesquisa durante a formação, contribui para a formação de professores produtores, e não apenas reprodutores. Minha pergunta é como podemos incentivar mais a pesquisa na formação docente? Agradeço desde de já a resposta!

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    1. Olá Natália, obrigada por sua leitura e intervenção.


      Na minha atuação profissional, além da orientação de pesquisas no PIBIC, TCC e na monitoria de disciplina, tenho realizado projetos, com estudantes das disciplinas do curso de graduação para produção de jogos didáticos. O processo de estudo dos textos acadêmicos (teses, livros e dissertações) e de criação dos materiais didáticos tem indicado que a formação necessita da pesquisa direcionada para um fim. O futuro professor carece de ver o resultado do seu trabalho de pesquisa no ambiente escolar. Sendo assim, precisamos aproximar as práticas de pesquisa acadêmica das demandas formativas das escolas.

      Andréa Giordanna.

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  16. Olá, o processo de ensino e aprendizagem é continuo, onde o aluno precisa ser o protagonista deste processo. Contudo no contexto atual acaba sendo cada vez mais desafiador, haja visto que devido a pandemia, muitas das escolas estão no ensino remoto. Sou professor e gostaria de saber como lidar com as consequências, na questão do aprendizado, que surgirão devido a pandemia. Raimundo Denizar dos Santos Pires

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    1. Olá, Raimundo. Boa tarde.
      Obrigada pela intervenção.

      Infelizmente ainda não conseguimos mensurar os efeitos reais da Pandemia sobre as práticas escolares e a formação ampla dos estudantes, mas já compreendemos que são e serão muito graves. Ainda estamos no ciclo pandêmico e por isso acredito que nos cabe buscar formas de reduzir as limitações educacionais do agora. O ensino remoto já nos provou que ele não é a melhor forma de ensinar, e que qualquer ajuste é mais fetiche tecnológico do que formação. Se entendemos que estamos apenas preenchendo uma lacuna temporária, talvez possamos ser mais criativos e inventivos, pois não iremos insistir em fazer que não é possível de forma remota. Sabedores e conscientes dos limites e de que estamos fazendo apenas o possível, não o necessário, nem o suficiente e nem o melhor, podemos seguir trabalhando, aproveitando o que tem funcionado e descartando o que não tem resultados nas nossas invenções imediatas on-line. O mais importante é no futuro não aceitar os cursos rápidos e práticas pedagógicas de correção de fluxo ou similares como forma de redução de danos. Vamos ter que admitir que esse tempo foi parcialmente perdido no processo de formação escolar e que teremos que dedicar mais tempo presencial aos nossos estudantes, realizando práticas mais qualificadas que as de agora e necessariamente mais inclusivas.




      Andréa Giordanna.

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